Conforme explica o Sindicato dos Estivadores e Atividades Logísticas (SEAL), após cerca de vinte horas de negociações, “os patrões só aceitavam avançar num CCT [Contrato Coletivo de Trabalho] para Setúbal se, além da disponibilidade dos precários desse porto, a greve nacional ao trabalho extraordinário fosse levantada no porto de Setúbal e todos os estivadores, com contrato sem termo e precários, ficassem disponíveis para esse trabalho extraordinário”.
O SEAL propôs, por sua vez, “a suspensão da greve ao trabalho suplementar apenas no porto de Setúbal, durante 15 dias, se no mesmo período o governo se comprometesse a convocar os parceiros sociais dos portos onde existem as referidas perseguições e se pudessem comprovar e eliminar as referidas situações irregulares, a saber: o assédio sobre os nossos sócios em Leixões e no Caniçal (bem como o Acordo rasgado pelas empresas em Lisboa)”.
A indisponibilidade do governo levou o SEAL a determinar a continuidade da paralisação.
A estrutura sindical frisa que só pode considerar o levantamento da greve às horas extraordinárias “quando o governo tiver capacidade política de sentar à mesa dos outros portos os parceiros sociais que conseguiu sentar em Setúbal em função do peso político e económico da Autoeuropa”.
Operestiva ameaça fazer avaliação da viabilidade económica da empresa
“O único obstáculo à conclusão de um acordo foi a intransigência dos representantes sindicais quanto ao Porto de Leixões e de Sines. Estas são circunstâncias às quais a Operestiva e o Porto de Setúbal são totalmente alheios. E que prejudicam gravemente todos os trabalhadores do Porto de Setúbal”, avançou a Operestiva.
A empresa avançou que, “nestas circunstâncias”, vai proceder “a uma avaliação da viabilidade económica da empresa”.
Já o Ministério do Mar sublinhou que "não havia razão nenhuma para que os trabalhadores não tivessem a sua situação regularizada já hoje e pudessem passar um Natal mais descansado".
O executivo acusa o SEAL de estar a utilizar os trabalhadores de Setúbal “como moeda de troca para uma luta de poder sindical" e diz ainda que "não pode, nem vai tomar parte numa guerra entre sindicatos".