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Greve de vigilantes suspensa após Ronsegur ceder

A dupla jornada de greve marcada para segunda e terça-feira foi suspensa pelo STAD, após compromisso da empresa Ronsegur. Em reunião com o sindicato e com representantes do Ministério do Trabalho, a empresa aceitou cumprir a lei e terminar com os abusos dos últimos meses.
Concentração do STAD junto a instalações do Ministério da Educação em março. Foto Esquerda.net
O Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD) anunciou a suspensão da greve que estava marcada para os dias 3 e 4 de Outubro, respetivamente no Porto de Leixões e nos organismos tutelados pelo Ministério do Trabalho no Algarve. Este decisão foi tomada depois de reunião no Ministério, em que a empresa se comprometeu perante o sindicato e a tutela a respeitar os direitos dos e das vigilantes.
 
A greve foi convocada na sequência de repetidos abusos pela Ronsegur, que é agora a empresa contratada para o serviço de vigilância nestes serviços públicos. São várias as queixas de desrespeito pelos direitos laborais pela empresa: resistiu ao reconhecimento da antiguidade dos vigilantes nestes postos e ao pagamento integral dos subsídios de férias e de Natal, impôs um horário base acima da lei, não cumpriu com o pagamento ou pagou "debaixo da mesa" o trabalho extraordinário e impediu ilegalmente a marcação de férias.
 
Rui Tomé, coordenador do STAD para o setor da vigilância, afirmou à saída da reunião que as exigências do sindicato previstas no pré-aviso de greve "foram todas aceites pela empresa Ronsegur", tendo mesmo ficado previsto um cronograma para cumprir as matérias em causa.
 
A marcação da greve, que iria paralisar estes serviços, obrigou o Governo a agir e a pressionar a Ronsegur, uma das empresas da vigilância privada que é repetidamente associada ao incumprimento da lei laboral e a pressões sobre os trabalhadores. A ação sindical, a união e a determinação destes e destas vigilantes, consegue assim uma importante vitória num setor onde domina o desrespeito pelos direitos laborais e a agressividade patronal está generalizada. E tornou-se um exemplo de como a luta organizada pode travar os abusos.
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