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Greve da Enfermagem do Hospital de São João nesta quinta-feira

Com o protesto no Hospital de S. João, os enfermeiros iniciam um calendário de luta do setor para maio e junho. A requerimento do Bloco, o ministro da Saúde vai à AR prestar esclarecimentos sobre as negociações com as várias profissões da área da saúde.
Enfermeiros e enfermeiras reivindicam contratação imediata de enfermeiros – Foto de Estela Silva/Lusa (arquivo)
Enfermeiros e enfermeiras reivindicam contratação imediata de enfermeiros – Foto de Estela Silva/Lusa (arquivo)

Enfermeiras e enfermeiros do Hospital de S. João, no Porto, realizam nesta quinta-feira, 17 de maio, uma greve e concentração à porta do hospital, entre as 11.30 e as 13h.

A greve é convocada pelo Sindicato dos enfermeiros portugueses (SEP), em protesto contra as precárias condições de trabalho, que estão a agravar-se.

O sindicato salienta que “as horas em divida acumulam-se e já são cerca de 60 mil”, que a carga horária está a aumentar semanalmente, que não estão a ser cumpridos os períodos de descanso entre turnos e que “o recurso a turnos de 12 horas, ilegais, passou a ser a regra da vida de trabalho destes profissionais”.

Calendário de luta pela exigência da contratação imediata de enfermeiros

Segundo o site do SEP (sep.org.pt), estão já marcadas para os meses de maio e junho as seguintes ações do pessoal de enfermagem:

  • Hospital de São João 17 de maio, greve e concentração (11h30 às 13h00)
  • Centro Hospitalar do Oeste 18 de maio, concentração (9h00 – entrada do Hospital das Caldas da Rainha)
  • Hospital Fernando da Fonseca, Amadora 22 de maio, greve (10h30 às 12h30) e concentração (11h)
  • Centro Hospitalar Lisboa Norte | 24 de maio, greve (10h30 às 12h30) e concentração (11h00 à porta do Hospital de S. Maria)
  • Centro de Medicina Física e Reabilitação do Centro – Rovisco Pais 29 de maio, greve e concentração
  • Unidade Local de Saúde de Matosinhos | 30 de maio, greve
  • Centro Hospitalar Lisboa Ocidental 1 de junho, greve (10h30 às 12h30) e concentração (11h00 à porta do Hospital S. Francisco Xavier)
  • Hospital de Guimarães 5, 6 e 7 de junho, greve
  • Unidade Local de Saúde do Alto Minho 26, 27 e 28 junho, greve
  • Hospital de Santarém 17 de maio, plenário (14h30 – Auditório do hospital) para decidir formas de luta
  • Centro Hospitalar Tondela-Viseu | abaixo-assinado já enviado aos Ministros da Saúde e Finanças

Bloco quer explicações sobre negociações com várias profissões da área da saúde

O requerimento do Bloco de Esquerda para a audição do ministro da Saúde foi aprovado com abstenção do ministro da Saúde.

No documento, subscrito pelo deputado Moisés Ferreira, o Bloco lembra as greves dos enfermeiros em março, a greve dos médicos no início de maio e a greve dos assistentes operacionais e outros profissionais também no início de maio. Alerta também para os protestos e greves já marcados: dos TSDT (técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica) para 24 e 25 de maio, dos farmacêuticos para 28, 29 e 30 de maio e dos enfermeiros para maio e junho.

“O ministro tem que explicar o porquê de nenhuma destas negociações estar a ser concluída e o porquê de não aceitar as propostas e reivindicações de melhoria das condições de trabalho no SNS”

O Bloco sublinha também que os profissionais de saúde lutam por melhores condições de trabalho, valorização e dignificação do seu papel e defendem o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o investimento nele.

“São greves e reivindicações mais do que justas dirigidas a um Ministro da Saúde que tem prometido muito em palavras, mas concretizado pouco em atos”, critica o Bloco, enunciando reivindicações específicas das diferentes carreiras.

“O ministro da Saúde diz que não há recursos para fazer o investimento necessário nem recursos para garantir melhores condições para profissionais e para utentes, mas a verdade é que concordou e defendeu uma opção política que preferiu gastar 800 milhões de euros em 0,4 p.p. do défice em vez de investir 800 milhões de euros no SNS”, acusa o Bloco de Esquerda.

“O ministro tem que explicar o porquê de nenhuma destas negociações estar a ser concluída e o porquê de não aceitar as propostas e reivindicações de melhoria das condições de trabalho no SNS. Tem ainda que explicar ao Parlamento a razão pela qual não está a fazer o investimento necessário quando, materialmente, tinha recursos para fazer muito mais do que está a fazer”, realça o documento assinado pelo deputado Moisés Ferreira.

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