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Greve climática de Lisboa protestou na cerimónia da Capital Verde

A cerimónia oficial contou com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, o Presidente da República e o primeiro-ministro, para além do autarca de Lisboa, Fernando Medina, que recebeu a distinção Lisboa Capital Verde Europeia 2020, sucedendo a Oslo. Medina anunciou a criação da “zona de emissões reduzidas da Baixa-Chiado”, com o objetivo de “reduzir a circulação automóvel ao mínimo indispensável”.
Durante a intervenção do autarca lisboeta, cerca de uma dezena de ativistas da Greve Climática Estudantil de Lisboa levantaram-se empunhando frases como “Expansão da Portela não é verde”, “Porto para cruzeiros não é verde”, “Gás natural nos autocarros não é verde”, “Rio Tejo poluído não é verde” ou “Dizer ‘verde’ não é verde”.
Em comunicado acerca desta ação de protesto, a organização diz pretender sublinhar que “planos como a expansão do aeroporto da Portela colocam em risco o roteiro para a Neutralidade carbónica” e ainda que “trazem consigo outros problemas sociais, como a redução do direito à habitação das familias mais carenciadas”. Consideram também que “a degradação dos transportes coletivos a favor de um crescente investimento em transportes individuais mais “verdes” não vai de encontro com as necessidades dos habitantes da cidade e não salvaguardas as necessidades dos mais vulneráveis”.
Contudo, reconhecem que “apesar da incoerência entre alguns planos da Câmara Municipal de Lisboa, a atribuição do prémio à cidade possa servir de incentivo a um processo de construção de soluções verdadeiramente democrático.” E apelaram aos líderes politicos que “ajam urgentemente e de acordo com o que a ciência climática tem vindo a dizer de modo a salvaguardar um futuro digno para as espécies e gerações futuras”.
O evento não era aberto ao público e os convidados tinham direito a fazer perguntas. A questão do aeroporto foi uma das levantadas pelos estudantes, com Fernando Medina a dizer que não há “possibilidade de ter um aeroporto que seja verde”, mas é possível ter um com melhores indicadores ambientais. Também António Costa defendeu o projeto e garantiu que o “novo aeroporto vai produzir dois milhões de toneladas por ano” de dióxido de carbono, permitindo cumprir a meta de descarbonização até 2050.
“Atingir a neutralidade carbónica não significa emissões zero, significa que as emissões que existem serão devidamente compensadas de forma a haver uma neutralidade entre aquilo que se emite e aquilo que se compensa com as emissões”, afirmou o primeiro-ministro.
“Apesar das perguntas terem sido atendidas, as respostas não foram suficientemente satisfatórias”, consideram os ativistas da Greve Climática Estudantil de Lisboa no fim do evento.
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