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“Governo tem sido mais generoso nos anúncios do que na concretização das medidas”

Moisés Ferreira afirmou que “não ter medidas que cheguem às áreas mais afetadas pela pandemia é condenar à falência vários setores de atividade e é condenar ao desemprego os seus trabalhadores”. E assinalou que faltou ao Governo “a coragem para exigir” ao setor privado da saúde o que tem exigido ao país.
Foto de António Cotrim, Lusa.

Na apresentação e discussão do Relatório sobre a aplicação da Declaração do Estado de Emergência no período de 9 a 23 de novembro de 2020, Moisés Ferreira lembrou que, no mês de novembro, o Serviço Nacional de Saúde teve “das semanas mais duras desde o início da epidemia em Portugal”.

“Semanas que coincidiram com relatos de perda de profissionais no SNS por não renovação de contratos; que coincidiram com o apelo constante para a contratação de mais profissionais para o SNS”, apontou. “Ainda assim, nas medidas que foram sendo anunciadas pelo Governo para concretizar a declaração do estado de emergência, nada foi dito sobre reforço do Serviço Nacional de Saúde” avançou o deputado do Bloco.

Moisés Ferreira assinalou ainda que, sobre o setor privado, “o Governo preferiu sempre a compra de serviços a milhares de euros por dia, em vez de integrar sob gestão do SNS os recursos necessários”. E “preferiu comprar avulso e de forma pouco planeada em vez de construir uma resposta mais eficaz e robusta”.

“Faltou-lhe a coragem para exigir a este setor o tanto que se está a pedir a trabalhadores e a outros setores de atividade”, lamentou o dirigente bloquista.

Moisés Ferreira referiu que “têm faltado também as medidas de apoio: fazer com que medidas de restrição - recolher obrigatório, redução do horário de laboração na restauração, a queda da atividade cultural - sejam acompanhadas de medidas de apoio social e económico”.

“Não ter medidas que cheguem às áreas mais afetadas pela pandemia é condenar à falência vários setores de atividade e é condenar ao desemprego os seus trabalhadores”, alertou.

De acordo com o deputado, “o Governo tem sido mais generoso nos anúncios do que na concretização das medidas. E a verdade é que ao fim de todo este tempo, muitos pequenos negócios, muitos setores de atividade continuam apenas com os anúncios, mas isso não lhes dá para viver, ou sequer sobreviver”.

“A crise é sanitária, social e económica, como todos sabemos. Vencer a crise é responder a estas três frentes com medidas decididas, robustas e imediatas”, defendeu, rematando que “insistir em responder pelos mínimos não foi, não é, não será a solução”.

 

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