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Governo Regional dos Açores quer poupar na contratação de professores, acusa Bloco

O Bloco de Esquerda dos Açores acusa o Governo Regional de querer “poupar na contratação de professores”, através da omissão da redução de alunos por turma no plano para um “regresso seguro às aulas” no ano letivo de 2020/2021.
António Lima, líder do Bloco de Esquerda dos Açores e deputado no Parlamento regional, considera “incompreensível” que o plano para um “regresso seguro às aulas”, elaborado pelo executivo açoriano para preparar o ano letivo de 2020/2021 em cenário de pandemia, não preveja a “possibilidade de redução do número de alunos por turma”.
Em declarações à agência Lusa após uma visita à Escola Básica e Secundária da Povoação, em São Miguel, António Lima apontou que “essas orientações passam, por exemplo, pelo distanciamento nos refeitórios, com 1,5 metros de distância entre alunos”, mas “não há qualquer indicação sobre qual é o distanciamento físico entre alunos dentro de uma sala de aula”.
Essa omissão, considerou, “só tem uma explicação: é que reduzir o número de alunos por turma nas turmas maiores, onde não é possível garantir o distanciamento, tem custos”. "É preciso contratar professores”, exigiu.
O documento da Secretaria Regional da Educação e Cultura afirma que a constituição de turmas deve ser feita normalmente, “não havendo previsão de redução do número de alunos, ajustando-se, sempre que possível, o tamanho das turmas à dimensão de cada sala”.
“Numa escola como esta, da Povoação, ou outras que não têm capacidade, não têm espaço e não têm salas onde os alunos possam estar a uma distância física adequada” é “incompreensível que não se possa reduzir o número de alunos por turma” para “garantir que haja distanciamento”, afirmou o deputado depois de reunir com o Conselho Executivo daquela escola.
O deputado considera, porém, que “ainda há tempo para corrigir” a orientação para a reabertura das aulas presenciais. Para o Bloco de Esquerda/Açores isso faz-se através da redução do número de alunos por turma e da contratação dos trabalhadores necessários, em particular o pessoal não docente.
“Sabendo nós que há poucos funcionários nas escolas, que há funcionários com idade muito avançada, muitos funcionários com idades superiores a 60 anos, que poderão nem poder trabalhar, dadas as condições atuais, por serem grupo de risco, é necessário contratar funcionários não docentes para reforçar essas equipas”, defendeu.
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