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Governo reduz meta do défice para 2010

No final da cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da Zona Euro, em Bruxelas, José Sócrates admitiu que o Governo português pode adiar grandes investimentos públicos.

O apertar do cinto para conseguir a redução do défice dos 8,3 por cento, previstos no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), para 7,3 por cento, pode mesmo a ser feito com o adiamento de grandes obras públicas, admitiu o primeiro-ministro em Bruxelas.

Sócrates afirmou ainda que deu conta da decisão de reduzir o défice para 7,3 por cento na tarde da última sexta-feira ao líder da oposição, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, com quem Sócrates tenciona ter um "diálogo sereno" para discutir as "novas medidas", lembrando que o PSD foi o único partido da oposição a aprovar o PEC.

O primeiro-ministro afirmou que a medida está inserida no quadro da decisão assumida pela Zona Euro, onde todos os 16 países do espaço monetário único se comprometem a acelerar as medidas de consolidação orçamental para oferecer mais confiança aos mercados. Sócrates garantiu ainda que não mudou de opinião sobre a importância das grandes obras públicas, reafirmando que os investimentos que já estão adjudicados irão prosseguir e apenas serão adiados para uma altura mais oportuna aqueles que ainda não estão contratados.

Durante a cimeira os líderes decidiram ainda criar um mecanismo excepcional comunitário para defender a estabilidade financeira, cuja proposta será apresentada pela Comissão Europeia no próximo domingo, por ocasião do conselho extraordinário de ministros das Finanças da União Europeia.

Francisco Louçã, concorda com o adiamento de grandes obras públicas, como o novo aeroporto e a terceira travessia do Tejo, mas em contrapartida propõe a reabilitação de 200 mil casas. Louça lembrou ainda que o Bloco já tinha sugerido o adiamento, para 2017, da construção do novo aeroporto, dado que o da Portela” ficará “esgotado nessa altura. O deputado do Bloco de Esquerda lembrou ainda que Portugal “tem um problema de défice, é verdade, mas a Espanha tem um défice maior”; a dívida portuguesa também é um problema, “mas a da França é maior”, considera Louçã, frisando que “o que Portugal tem maior que todos é a estagnação” e a falta de emprego.

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