You are here

Governo não deve autorizar pagamentos ao Novo Banco “sem saber o que se passa”

Este fim-de-semana, Catarina Martins afirmou à comunicação social que o governo não deve autorizar mais pagamentos ao Novo Banco “sem saber o que se passa”. A coordenadora do Bloco defende ainda que haja um administrador público.
Fotografia: Miguel Lopes/Lusa
Fotografia: Miguel Lopes/Lusa

Em declarações à comunicação social à margem de uma sessão organizada pelas edições Combate, Catarina Martins afirmou que “os patrões acham que o salário mínimo não deve aumentar” e lembrou que “as maiores empresas tiveram lucros muito razoáveis, distribuíram dividendos extraordinários aos acionistas e acham que, para aumentar o salário mínimo, têm de ir buscar o dinheiro às pessoas que podem perder o emprego”.

“Estão a propor aumentar o salário com o dinheiro dos trabalhadores”, apontou a coordenadora do Bloco, acrescentando que “os salários devem subir para termos uma economia mais justa”.

Para mais, “os salários não pesam demasiado na economia” e “querer pagar o aumento do salário mínimo com o dinheiro que é também dos trabalhadores para casos em que há despedimentos é querer tirar dos salários o dinheiro dos salários”. “Aumentar o salário mínimo tem de ser uma medida de justiça”, afirmou, defendendo que os salários tenham “uma fatia maior da riqueza produzida do país”.

No mesmo sentido, a coordenadora do Bloco lembrou que “dissemos que a resolução do BES ia custar dinheiro aos contribuintes, disseram-nos que não, e está a custar milhares de milhões de euros” e que “dissemos que era um erro vender o Novo Banco a privados porque íamos continuar a pagá-lo depois de o vender, e assim é”.

No entender de Catarina Martins, o governo não deve autorizar mais pagamentos ao Novo Banco “sem saber o que se passa”.

“O mínimo dos mínimos é o Governo não autorizar mais pagamentos ao Novo Banco sem saber exatamente como estão as coisas e sem nomear administrador público”, afirmou aos jornalistas.

Na sexta-feira passada, soube-se do aumento dos prejuízos do Novo Banco, em 46% nos primeiros nove meses do ano, passando, assim 572,3 milhões de euros. No mesmo período de 2018, já tinham sido registadas perdas de 390,9 milhões de euros.

“O Estado tem de ter administrador. Não só para saber o que se passa, mas para poder responder a todo o país. Todo o país tem perguntas para fazer sobre o que se está a passar no Novo Banco e tem direito às respostas”, afirmou aos jornalistas.

Termos relacionados Política
(...)