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Governo e principais empresas dos EUA foram alvos de intrusão informática

Para obterem sucesso neste ataque sem precedentes, os hackers terão aproveitado uma vulnerabilidade num produto desenvolvido pela empresa de software SolarWinds para inserirem o seu código num dos seus produtos de monitorização de redes, o Orion. Assim, quando 18 mil clientes descarregaram a atualização do Orion desde o início do ano, ficaram com as suas redes expostas à curiosidade deste grupo, que os especialistas dizem estar ligado à agência de espionagem russa SVR. Entre esses clientes contam-se o Pentágono, os Departamentos de Segurança Interna e do Tesouro, os serviços postais e o Instituto Nacional de Saúde norte-americano, entre muitas outras empresas, entre as quais a Microsoft e a AT&T, mas também empresas na Europa, Ásia e Médio Oriente.
“É como se acordasse uma manhã e descobrisse de repente que um ladrão tem entrado e saído de sua casa nos últimos seis meses”, resumiu à NPR Glenn Gerstell, conselheiro da NSA entre 2015 e 2020, acrescentando que será difícil descobrir ao certo a que ficheiros terão tido acesso os hackers, o que também dificulta a resposta.
“Não se trata aqui de alguém que manipula o software para abrir barragens ou desligar redes elétricas”, prosseguiu Gerstell. “Nem sequer é evidente se isto foi um ataque para roubar propriedade intelectual à semelhança do que fez por exemplo a China, ao roubar desde patentes para painéis solares aos protótipos de aviões de combate”, acrescentou, pondo a hipótese de se tratar de um simples caso de espionagem para conhecer os planos do país adversário, ao intercetar as mensagens trocadas pelos principais órgãos do governo norte-americano.
Apesar das suspeitas apontarem o dedo de Moscovo, com fontes do Washington Post a acusarem o grupo conhecido por APT29 ou CozyBear, ligado à agência de espionagem SVR, a embaixada da Rússia na capital dos EUA diz que essas acusações não têm fundamento e que “a Rússia não conduz operações ofensivas” e que os “ataques no espaço da informação contradiz” a sua política externa e interesse nacional.
Ainda está por esclarecer a origem da vulnerabilidade no software da Solar Winds. Mas um especialista de segurança ouvido pela agência Reuters diz ter avisado a empresa no ano passado que o servidor de atualizações de software dos seus produtos podia ser acedido por qualquer hacker principiante, dada a fraqueza da password existente: solarwinds123.
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