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Governo catalão mostra urnas e anuncia mais de 2000 centros de voto

Numa comunicação feita no centro internacional de imprensa criado para os cerca de 1500 jornalistas de todo o mundo acompanharem o referendo de 1 de outubro, três membros do governo catalão apresentaram o resultado do censo de votantes. Mais de 5.3 milhões de catalães estão aptos a votar no referendo em 2315 centros eleitorais, apoiados por 7235 voluntários.
O governo espanhol, através da Agência de Proteção de Dados, ameaçou estes voluntários com multas até aos 300 mil euros, caso venham a ser identificados.
A conferência de imprensa serviu também para a apresentação do modelo de urnas de voto que o Estado espanhol tem tentado apreender nas últimas semanas.
Les urnes de l' #1OCT pic.twitter.com/odtaybNE26
— Govern. Generalitat (@govern) 29 de setembro de 2017
Esta sexta-feira, o presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, reuniu com o grupo de 30 observadores internacionais, na maioria deputados e eurodeputados de vários partidos, que inclui o dirigente bloquista Luís Fazenda.
#President @KRLS amb delegació parlamentària internacional formada per 30 diputats i eurodiputats per fer el seguiment del #Referèndum #1OCT pic.twitter.com/y2FrsTGF3P
— Govern. Generalitat (@govern) 29 de setembro de 2017
Nas ruas de Barcelona, a mobilização da antevéspera do referendo foi protagonizada por centenas de agricultores, que desfilaram com os seus tratores pelas ruas da cidade.
L'eixample s'omple de tractors democràtics, sembrant terra també sobre l'asfalt #Tractorada #1o #referèndumCAT #Democracia pic.twitter.com/KWmbnQOtcp
— Marc Riera (@marc_riera) 29 de setembro de 2017
No entanto, o objetivo de chegar à sede da delegação do governo espanhol na Catalunha foi travado pela polícia catalã, com o cortejo a seguir pelo centro da cidade, onde se juntaram aos estudantes e às várias mobilizações em curso, que também incluíram momentos musicais.
La força de la gent. La força de la música. #referendumcatalunya #referendumCAT pic.twitter.com/JK1UdVzB9S
— Mercè Aregay (@mercearegay) September 29, 2017
Pelo contrário, em Girona, os agricultores conseguiram chegar à sede da subdelegação do governo na cidade.
Centenars de tractors a Girona davant de la Subdelegació del Govern espanyol. #Votarem pic.twitter.com/vXP2cKpbAY
— Carles Bonaventura (@cbonaventura) September 29, 2017
Polícia diz que vai fechar escolas, resistência organiza-se
Esta sexta-feira, o líder dos Mossos d’Esquadra reuniu com todos os comandos policiais da Catalunha para preparar o dispositivo policial do fim de semana. A polícia catalã recebeu ordens da justiça espanhola para criar um perímetro à volta das escolas onde está prevista a abertura da mesa de voto.
Reunió de tots els comandaments del cos al Complex Central per parlar del dispositiu d'aquest cap de setmana pic.twitter.com/eVTBsSzV9X
— Mossos (@mossos) 29 de setembro de 2017
Josep Luis Trapero deu ordens para as unidades policiais se deslocarem às escolas a partir de sexta-feira à tarde, com instruções para identificarem os presentes nos locais de votação e apreender o material relacionado com o referendo que ali se encontre. Mas caso haja uma concentração de pessoas que resistam à ordem de saída, a instrução é para a polícia avisar o comando e nunca recorrerem à força, salvo em caso de altercações.
Para contornar a proibição, muitas comunidades escolares decidiram organizar festas de pijama nas noites de sexta e sábado e programação de atividades durante todo o fim de semana. O movimento “Escolas Abertas”, que conta com a participação de sindicatos e associações de pais, anunciou ter recebido mais de 60 mil inscritos para garantir que as escolas estarão abertas, apesar da ameaça policial.
Também a Assembleia Nacional Catalã e o Òmnium Cultural, as duas instituições que têm coordenado o movimento independentista, apelaram à defesa dos pontos de votação.
Nos municípios que não disponibilizaram locais de votação, o governo catalão anunciou que o referendo terá lugar em urnas colocadas na via pública.
Governo catalão apresenta queixas contra Procuradoria
Na sexta à tarde, o responsável pela pasta da Justiça no governo catalão anunciou a entrega de duas queixas contra o Procurador Geral do Estado, Jose Manuel Maza e o Procurador superior da Catalunha, José Maria Romero de Tejada, por prevaricação e usurpação de funções.
Carles Mundó acusou o governo de Mariano Rajoy de se estar a “esconder atrás das togas” e a “suspender a separação de poderes”, tendo apresentado uma lista de dez violações da legalidade por parte do Estado espanhol nas últimas semanas contra a Catalunha.
A encabeçar a lista está a perseguição a um ato – a celebração de um referendo – que não é um delito, com ameaças de prisão para organizadores e participantes. Seguem-se o envio de dez mil polícias para a Catalunha, a designação de um coronel da Guardia Civil para dirigir os Mossos d’Esquadra, a intervenção na gestão do governo sem autorização do Senado, a denúncia por crime contra a segurança do Estado por parte da Procuradoria, as rusgas sem mandado policial e a abertura de correio postal, a notificação a mais de 700 autarcas e rusgas em alguns dos seus gabinetes, o encerramento e bloqueio de páginas web, a retirada de propaganda do referendo e as ameaças aos media que informavam sobre a sua realização, a proibição e suspensão de sessões públicas de debate e, por fim, a ocultação dos motivos para as detenções e do paradeiro dos detidos.
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