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França ultrapassa os 45 graus Celsius pela primeira vez

Os termómetros bateram hoje no sul de França os 45 graus, temperatura nunca antes registada no país. Onda de calor que dura há uma semana estende-se aos países vizinhos, num dos meses de junho mais quentes de sempre na Europa.
Mapa de temperaturas na Europa a 26 de junho. Imagem Copernicus Sentinel/ESA/Flickr.
Mapa de temperaturas na Europa a 26 de junho. Imagem Copernicus Sentinel/ESA/Flickr.

Sujeita a uma vaga de calor sem precedentes na última semana, França ultrapassou pela primeira vez os 45 graus Celsius. Durante esta sexta-feira, registou-se três recordes de temperatura na região de Gard no sul do país: primeiro 44,1 graus em Saint-Christol-lès-Alès e Conqueyrac; depois 45,1 graus em Villevieille às três da tarde, e às 16h20 45,9 graus em Gallargues-le-Montueux. Desde que há registos, é a primeira vez que se verificam temperaturas tão altas no país.

As autoridades colocaram quatro zonas em alerta vermelho e outras 76 em alerta laranja, e tomaram medidas para limitar a circulação e poupar água. Quatro mil escolas encerraram e as famílias foram aconselhadas a ficar em casa com as crianças, especialmente no sul do país. Registou-se dezenas de fogos que consumiram uma 300 hectares de área, obrigando a cortes de estradas. Às dez da noite estavam ativos ainda 30, quase todos na região de Gard, a mais fustigada pelo calor. Os hospitais também registaram um aumento notório de afluxo, mas para já a situação nas urgências não é considerada preocupante.

Os meteorologistas atribuem a vaga de calor a uma massa de ar quente trazida do Norte de África por uma zona de altas pressões na Europa central e uma tempestade no Atlântico. Calculam que as temperaturas deverão descer um pouco em todo o país durante o fim de semana.

A vaga de calor estende-se à Alemanha, Polónia e República Checa, que registaram as temperaturas mais altas de sempre em junho. A ocidente, atinge também Espanha, com os piores fogos na Catalunha nos últimos 20 anos.

A Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU sediada em Genebra, afirmou entretanto que 2019 estava a caminho de ser um dos anos mais quentes de sempre, o que a confirmar-se tornaria o quinquénio 2015-2019 no mais quente de que há registo. Apesar de ser prematuro explicar concretamente a atual vaga de calor com as alterações climáticas, a OMM afirmou que ela é consistente com o cenário de extremar dos fenómenos climáticos devido à emissão de gases de efeito de estufa. Segundo o Guardian, Clare Nullis, porta-voz da OMM, afirmou ao jornalistas: "as ondas de calor vão tornar-se mais intensas, mais prolongadas, mais extremas, vão começar mais cedo e acabar mais tarde".

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