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França: Protesto dos “coletes amarelos” mobiliza muitos milhares de pessoas
Neste sábado, 17 de novembro, desde muito cedo o protesto fez-sentir por todo o país afetando nomeadamente as auto-estradas e outras vias de comunicação, assim como os supermercados, os parques de estacionamento e os postos de abastecimento de combustível, onde se concentraram as pessoas que participavam na ação.
Os protestos também variaram, sendo o mais comum a concentração de pessoas numa barragem em algum ponto significativo, assim como as marchas lentas.
O ministro do Interior francês, Christophe Castaner, que logo ao início da manhã tinha declarado que o protesto envolvia 50 mil pessoas e mil barragens, veio a atualizar os números para 124.000 pessoas e 2.000 barragens,
Jean-Luc Mélenchon, líder da France Insoumise, contestou nas redes sociais os números do governo, que considerou uma “manipulação”, apelando a que as pessoas publicassem nas redes as suas imagens.
Os últimos dados retificados e divulgados pelo ministro do Interior ao final da tarde, reconhecem uma participação popular superior em cem mil pessoas aos números anunciados anteriormente.
A mais recente informação governamental aumenta também o número de acidentes nos bloqueios, registando 106 pessoas feridas (em vez de 47), cinco das quais gravemente (em vez de três). O ministro disse ainda que a polícia, que interveio em inúmeras concentrações, tentado evitar os bloqueios, interpelou 52 pessoas e deteve 38. Parte das pessoas feridas, sobretudo as gravemente, foram vítimas de ações de motoristas, que entraram em desespero e lançaram os seus carros contra piquetes.
Em Paris, centenas de "coletes amarelos" juntaram-se na avenida dos Campos Elísios. Ao final da tarde, centenas de pessoas dirigiram-se ao Eliseu (palácio presidencial) mas foram afastadas pela repressão policial, que lançou granadas de gás lacrimogéneo.
O protesto foi inegavelmente um imenso clamor, não só contra o aumento dos preços dos combustíveis, os baixos salários e as profundas desigualdades, mas também um enorme protesto contra a política governamental e contra o Presidente Macron, o “Presidente dos ricos”, como passou a ser conhecido.
Segundo uma sondagem, dois terços da população francesa apoiou este protesto.
Notícia atualizada sábado 17 de novembro às 18h30
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