Segundo o jornal Libération, em 2019 morreram nos hipódromos franceses 135 cavalos. Este órgão de comunicação social destaca que é a primeira vez que o número de mortes ocorridas neste país é conhecido.
A France Galop, sociedade que organiza corridas a galope, garantia que não existia nenhum tal recenseamento e que acidentes fatais seriam “extremamente raros”. O jornal insistiu junto da Federação Nacional de Corridas Hípicas e esta acabou por fim por revelar o número inédito. Não sem que antes o seu presidente Pierre Préaud se esforçasse por “contextualizar” a situação e apresentasse, durante quarenta minutos de conversa, as medidas tomadas para tentar minimizá-la.
Para além disso, o número foi divulgado em termos das vezes que um cavalo corre, o que permitiria mostrar, somados todos os tipos de corrida, uma taxa de mortalidade de apenas 0,06%.
Só que nem assim a realidade muda. Houve em média duas mortes e meia por semana, uma em cada 50 das 18.073 corridas realizadas em França nesse ano. Ataques cardíacos e outras falhas do sistema cardiovascular e fraturas são a causa de morte mais frequente. Ou melhor, no caso das fraturas, a morte chega sobretudo através de decisão veterinária para poupar dor ao animal.
O setor gera anualmente 11 mil milhões de euros de receitas só em França. E o que aí se passa é semelhante ao que sucede noutros países com na Grã-Bretanha. Nesse mesmo ano, morreram 173 cavalos em hipódromos do outro lado do canal da Mancha.