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Fórum de Davos arranca sob protestos climáticos

Ativistas apontam o dedo às petrolíferas por “sequestrarem o debate sobre alterações climáticas” e promoverem as suas iniciativas de greenwashing junto dos governos.
Faixa à entrada do Fórum dá "calorosas boas-vindas" aos participantes. Foto Mattias Nutt/World Economic Forum/Flickr

A estância alpina de Davos volta a acolher chefes de Estado e de governo e os líderes das principais empresas mundiais no Fórum Económico Mundial onde a elite financeira convive durante vários dias por ano. Desta vez, o lema é “Cooperação num mundo fragmentado” e boa parte dos temas das sessões diz respeito às alterações climáticas.

O peso dos lóbis ao serviço das companhias petrolíferas e do gás nestas discussões não agrada aos ativistas que se manifestaram no domingo e já esta segunda-feira bloquearam uma zona de desembarque do aeroporto privado Alternrhein.

“Os CEO do gás e petróleo são convidados para este fórum para fazerem o greenwashing dos seus negócios. Não é difícil desconfiar das perspetivas para a justiça climática depois de passar aqui uma semana”, afirmou a ativista ugandesa Vanessa Nakate na semana passada, citada pelo Euractiv. Juntamente com Greta Thunberg, esta ativista estará na Suíça para a entrega de uma “notificação” para as empresas pararem os seus novos projetos de exploração de combustíveis fósseis. “Se não agirem de imediato, ficam notificados que os cidadãos por todo o mundo irão tomar toda e qualquer ação judicial para vos responsabilizar, E continuaremos a protestar nas ruas em grande número”, avisa a “notificação” dirigida aos CEO das petrolíferas.

Este domingo, véspera do início do Fórum, centenas de pessoas manifestaram-se em Davos a favor de ações concretas para combater a crise climática, taxação dos ricos, solidariedade com a resistência ao projeto mineiro em Lützerath e outras críticas ao que chamam de “Fórum Neocolonial Mundial”.

Se o tema dominante do encontro é o clima, os seus participantes são o melhor exemplo do que não se deve fazer, pois segundo a Greenpeace, um em cada dez dos participantes no último Fórum de Davos, em maio passado, chegaram à conferência num jato privado. Ao todo foram 1.040 jatos a aterrar nos aeroportos mais próximos da conferência, provocando emissões de CO2 equivalentes a 350 mil automóveis durante o tempo da conferência. Do total dos voos, mais de metade (53%) percorreram distâncias inferiores a 750 quilómetros e 38% abaixo dos 500 quilómetros, tendo um desses voos percorrido apenas 21 quilómetros.

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