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'Fora, Bolsonaro' ocupou as ruas do Brasil

Os protestos deste sábado foram despoletados pelas investigações ao processo de compra de vacinas, com o Supremo Tribunal a dar 90 dias para a Procuradoria-Geral inestigar as suspeitas de corrupção de Bolsonaro. 
“Não foi negacionismo, foi corrupção”, podia ler-se num dos milhares de cartazes com mensagens durante os protestos.
“Não foi negacionismo, foi corrupção”, podia ler-se num dos milhares de cartazes com mensagens durante os protestos. Foto de André Coelho, via EPA/Lusa.

As manifestações ‘Fora, Bolsonaro’ tomaram as ruas de várias cidades do Brasil este sábado, exigindo o processo de impeachment de Jair Bolsonaro pela sua gestão da crise pandémica e do acesso a vacinas por parte da população.

Com mais de 50 mil novos casos registados em média todos os dias, o Brasil é hoje o principal foco de disseminação de covid-19 e com um número de óbitos que ultrapassa os 524 mil desde o início da crise pandémica.

Na passada sexta-feira, a juíza do Supremo Tribunal, Rosa Weber, autorizou a abertura de uma investigação pela suspeita de irregularidades no processo de contratação para o fornecimento de vacinas desenvolvidas pela Índia ao Brasil.

Os protestos, originalmente marcados para 24 de julho, foram antecipados depois de provas de irregularidades serem publicamente reveladas pela comissão de inquérito no Senado.

“Não foi negacionismo, foi corrupção”, podia ler-se num dos milhares de cartazes com mensagens durante os protestos.

Os protestos abrangeram 315 cidades no Brasil, bem como manifestações de solidariedade em mais 15 países.

As informações recolhidas pela Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) à covid-19 no Senado Brasileiro, sustentam o pedido de investigação que o vice-presidente da CPI irá entregar esta segunda-feira na Procuradoria-Geral da República devido a indício de que Bolsonaro terá cometido um crime de prevaricação.

“Estamos diante do seguinte facto: um servidor público concursado e seu irmão deputado federal levam ao Presidente da República a notícia de que há um crime de corrupção em curso. O Presidente da República informa que tem conhecimento do autor, e que se trata do seu líder na Câmara dos Deputados. Mesmo comunicado, o Presidente da República não toma nenhuma providência — não instaura inquérito, não pede investigação, nada”, afirma Randolfe Rodriguez.

Segundo os depoimentos do deputado federal Luís Miranda e do seu irmão, Luís Ricardo Miranda, que é chefe do departamento de logística do Ministério da Saúde do Brasil, que ocorreram na passada sexta-feira, este terá reunido com Bolsonaro para denunciar um possível caso de corrupção na compra da Covaxin à Índia, um processo entregue por Bolsonaro a Ricardo Barros, líder do Governo na Câmara de Deputados.

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