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FMI ainda não encontrou provas de uma espiral inflacionista nos salários

Tal como havia concluído em outubro, agora com os dados do terceiro trimestre de 2022, o FMI rejeita a ideia de espiral inflacionista causada pelo aumento de salários para acompanhar a inflação.
Niels-Jakob Hansen é um dos economistas do FMI que assina o artigo publicado na sexta-feira. Foto Ariana Lindquist/FMI - Flickr

Na passada sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sublinhou num artigo publicado no seu blogue institucional a falta de evidência de uma atual espiral inflacionista nos salários.

“Ao atualizarmos a nossa análise, para incluir os dados mais recentes, do terceiro trimestre do ano passado, continuamos a concluir que os riscos de uma espiral inflacionista de salários permanecem contidos”, afirmam os economistas do FMI.

O receio de espirais inflacionistas pelos salários é utilizado recorrentemente como argumento político. A lógica é que o aumento nominal dos salários, na tentativa de mitigar a perda de rendimento real, ocorra em tal ordem que leve a novas rondas do aumento generalizado dos preços. Tanto o governo português como o Banco Central Europeu já o referiram para evitar aumentos salariais ajustados à inflação.

No entanto, tal como agora, já em outubro o FMI tinha publicado nos capítulos do “World Economic Outlook” uma análise histórica que evidenciava a falta de evidência empírica. A base de dados decorria desde o primeiro trimestre de 1960 até ao terceiro trimestre de 2022 e na maior parte dos casos os salários nominais apenas aceleraram quando a inflação começou a ceder. “Resultado: os salários reais [retirando a inflação, ou seja, o que as pessoas conseguem de facto comprar com os seus rendimentos] diminuíram na maioria das economias avançadas da amostra”, resumem os economistas.

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