You are here

Festival Queer Lisboa abre hoje com "Fogo-Fátuo"

Depois da estreia internacional em Cannes, o filme de João Pedro Rodrigues abre esta sexta-feira a 26ª edição do Queer Lisboa, que até dia 24 vai exibir 87 filmes de 27 países.
Imagem de "Fogo-Fátuo", o filme de João Pedro Rodrigues que abre o Festival Queer Lisboa esta sexta-feira..

Começa esta sexta-feira a 26ª edição do Festival Queer Lisboa, com uma programação que desafia o público a "refletir sobre as importantes questões ligadas à memória, individual e coletiva".

"Negar a memória e os nossos antecessores porque eles não seguiram conceções que abraçamos hoje de sexo, género, sexualidade, identidade ou comunidade, é irracional. E é um discurso que não raras vezes vem do privilégio. Um privilégio falsamente disfarçado de marginal e subversivo", aponta a direção do festival na nota de apresentação da edição deste ano, que decorre até 24 de setembro no cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa. No final de novembro, será a vez do Porto acolher o 8ª edição do Queer Porto, que decorrerá entre 29 de novembro e 4 de dezembro no Teatro Rivoli.

Trailer Queer Lisboa 26

Para abrir o Queer Lisboa, a escolha recaiu sobre "Fogo-Fátuo", o filme de João Pedro Rodrigues que teve bom acolhimento na estreia internacional em Cannes e estreia dia 29 nos cinemas portugueses. Trata-se de uma fantasia musical em tom de comédia sobre um príncipe português que quer ser bombeiro para ajudar o país a combater os incêndios. Mauro Costa e André Cabral são os protagonistas, com um elenco a juntar Joel Branco, Oceano Cruz, Margarida Vila-Nova, Miguel Loureiro, Teresa Madruga, Paulo Bragança, Cláudia Jardim, Joana Barrios, entre outros.

Entre os 87 filmes de 27 países diferentes que compõem a programação deste festival, está "Joyland", de Saim Sadiq, uma produção paquistanesa premiada na edição deste ano do Festival de Cannes e que mostra "um ambiente aparentemente irreconciliável na cidade de Lahore, onde a família tradicional e varonil colide com a exuberante promessa de uma comunidade trans em crescente afirmação".

Do Brasil virá o realizador Pedro Henrique França para apresentar "Corpolítica", o filme em que acompanha as candidaturas de pessoas LGBTI+ nas eleições brasileiras em 2020. Gustavo Vinagre e Fábio Leal, realizadores brasileiros que venceram em conjunto o prémio de melhor filme no Queer Porto do ano passado, regressam à edição lisboeta. O primeiro para apresentar "Três Tigres Tristes", uma "deambulação, ora crua, ora surrealista, de uma juventude à procura de si mesma, numa inclemente e distópica São Paulo (vencedor do Teddy Award na última edição da Berlinale)", enquanto o segundo traz "Seguindo Todos os Protocolos", que narra o "abismo mental de quem quer cumprir as normas de saúde prescritas, mas também ter relações sexuais, durante a pandemia".

Outro velho conhecido do festival é o realizador espanhol Adrián Silvestre, vencedor da competição em 2016 e de uma menção especial em 2021, que agora regressa com "Mi Vacío y Yo". A organização diz que se trata de "um dos filmes mais celebrados em festivais de cinema queer nesta temporada, e onde equilibra com humor e pungência a história de Raphi, que, de pasmo em pasmo, se vai construindo como mulher".

O encerramento do festival, no dia 24, conta com "Esther Newton Made Me Gay", o documentário de Jean Carlomusto acerca da pioneira antropóloga lésbica Esther Newton, que a partir dos anos 1960 "inspirou gerações de académicos a iniciarem investigações no que se viria a denominar de Estudos LGBTQ e de Género".

Termos relacionados Cultura
(...)