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Federação Internacional de Diabetes exige mais acesso a cuidados de saúde

Assinala-se este domingo o Dia Mundial da Diabetes e este ano o centenário da descoberta da insulina. As associações de defesa dos pacientes exigem mais acesso a cuidados de saúde. José Manuel Boavida defende que “a resposta de proximidade é a resposta certa para as doenças crónicas”.
Dia Mundial da Diabetes. Ilustração da Federação Internacional da Diabetes.
Dia Mundial da Diabetes. Ilustração da Federação Internacional da Diabetes.

Em todo o mundo 537 milhões de adultos, um em cada onze, convivem com a diabetes. Isto representa um aumento de 16% face ao que se previa em 2019. Nesse ano, a doença causou 4,2 milhões de mortes, segundo dados divulgados este domingo, o Dia Mundial da Diabetes.

14 de novembro foi o dia escolhido em 1991 pela Organização Mundial de Saúde para chamar a atenção para esta doença. A Federação Internacional de Diabetes escolheu este ano como tema o acesso aos cuidados de saúde destas pessoas, lançando a questão: Se não for agora, quando será?”

Segundo a FID, continua a haver milhões de pessoas com diabetes que não têm acesso aos cuidados de saúde especializados de que precisam para controlar a condição e evitar complicações. A organização alerta para os efeitos dos “tempos extraordinariamente difíceis” vividos por esta população durante a pandemia, já que é mais suscetível de sofrer complicações mais graves se contrair Covid-19, e defende que os governos devem aumentar desde já o investimento na área.

O pretexto do centenário da descoberta da insulina é utilizado também para consciencializar para a necessidade de obter “uma mudança significativa”. Cem anos depois, metade das pessoas que necessitam desta substância não tem condições para a obter. Em África, 86% das pessoas com diabetes tipo 2 não têm acesso a insulina. No conjunto dos países de rendimentos baixos são 63%.

Em artigo de opinião publicado no Expresso, José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, junta-se ao repto daquela organização mundial e avisa sobre o “crescimento alarmante da prevalência da diabetes”.

O médico esclarece que o “aumento do número de pessoas com diabetes tipo dois é motivado, em grande parte, por determinantes sociais que incluem a urbanização, o envelhecimento da população, o aumento do sedentarismo e, consequentemente, o aumento do excesso de peso e da obesidade”. Por isso, considera de “importância crucial” o combate a estas causas da diabetes em que “há lacunas a que é preciso dar resposta imediata” e defende o acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoces, a programas educativos e apoio psicológico, a alimentos saudáveis e a espaços para a atividade física.

Boavida defende ainda que “os rastreios e as consultas são essenciais para a saúde das populações e o aprimoramento da capacidade de diagnóstico da diabetes é fundamental” e que “a resposta de proximidade é a resposta certa para as doenças crónicas”. Para ele, é preciso “mais acesso” e “mais recursos”. A articulação entre autarquias e os cuidados de saúde primários é vista como “a solução que pode conseguir que as pessoas com diabetes não sejam tão prejudicadas no acesso aos cuidados de saúde, como o foram durante a pandemia da Covid-19”.

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