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"Fazer do combate à corrupção uma generalização é o que favorece os corruptos"

Marisa Matias afirmou que o “ponto nevrálgico da corrupção” tem a ver com a “ligação entre os direitos privados que se misturam com o interesse colectivo” e defendeu que “é preciso eliminar todas as zonas escuras da economia que têm a ver com as relações do público e do privado”.
Foto de Paulete Matos

Num jantar com apoiantes em Leiria, a candidata presidencial sublinhou que é preciso acabar com a economia predadora “que vive da vampirização do Estado e do dinheiro dos contribuintes”, e afirmou que “a resposta que vence as ligações obscuras” passa pela “transparência de toda a vida pública sem exceção”.

"Atacar a corrupção é bater-lhe onde realmente lhe dói: na fiscalidade, na justiça e na transparência”

“Atacar a corrupção é bater-lhe onde realmente lhe dói: na fiscalidade, na justiça e na transparência”, apontou.A candidata criticou quem, na defesa do combate à corrupção, atira lama em todas as direções, explicando que isso “só serve para absolver os culpados e para poluir a democracia”. Para a candidata, esse combate passa por medidas muito claras como abolir os paraísos fiscais, taxar as mais-valias urbanísticas, punir o enriquecimento ilícito, estabelecer o princípio da exclusividade no exercício dos cargos públicos, acabar com a porta giratória entre o público e o privado, e reforçar os meios de investigação criminal.

Para Marisa Matias, a Presidência da República tem de ser “livre dos interesses que põem em causa a independência” de Portugal, e lembrou que “cabe à Presidente da República ser o garante do funcionamento regular das instituições e garantir que a democracia funciona”.

Também o deputado Heitor de Sousa interveio nesta sessão em Leiria, tendo criticado “a normalização do pensamento dominante” que resume estas presidenciais a apenas três candidatos/as, num “regresso do centrão político" em que um dos candidatos se apresenta como "da esquerda da direita", outro "que não era de direita nem de esquerda, é agora de esquerda" e outra que se revela "da direita da esquerda". "É o regresso do pântano político", considera. Para o deputado eleito por Leiria, “todos se afirmam independentes, mas na hora de acabar com as meias tintas e defender a Constituição, só Marisa Matias se mostra clara”.

Marisa Matias está nos “antípodas da imagem institucional e pesada” que associamos à figura do/a Presidente da República

Para a jornalista Diana Andringa, Marisa Matias está nos “antípodas da imagem institucional e pesada” que associamos à figura do/a Presidente da República. Elogiou a diferença que Marisa representa, defendendo que temos de dar às gerações mais novas as responsabilidades a que têm direito, enquanto lembrava outra geração, também muito jovem, que fez o 25 de abril.

Já o encenador Andrzej Kowalsky enalteceu o facto de Marisa ter conseguido “introduzir nesta campanha algo que já fazia falta: ideias e convicções”.

Além da candidata e dos três intervenientes convidados, marcaram também presença em Leiria, o Vice-Presidente da Assembleia da República, José Manuel Pureza, e o antigo coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo.

Fotos da sessão:

Heitor de Sousa

Diana Andringa

Andrzej Kowalsky

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