Faurecia despede todos os precários da unidade de Palmela

A empresa Faurecia, instalada no Parque Industrial da Autoeuropa, anunciou o despedimento de uma centena de trabalhadores temporários. Esta informação foi divulgada pela Comissão de Trabalhadores da Empresa, e vem juntar-se às centenas de denúncias publicadas no site despedimentos.pt.

O anúncio deste despedimento vem juntar-se aos mais de 600 trabalhadores já despedidos no conjunto de empresas do Parque Industrial da Autoeuropa, na sua maioria com vínculos precários, após o início da pandemia da covid-19.

O comunicado da Comissão de Trabalhadores, citado pela agência Lusa refere que “os trabalhadores com contrato precário (temporários) serão todos despedidos”. A empresa recorreu ao mecanismo do lay-off no final de março, suspendendo o contrato a uma parte dos funcionários e das funcionárias da fábrica, situação que vai durar até ao final de maio e que não deixa os trabalhadores descansados.

“Ficam os contratados a termo e os efetivos, vamos ver até quando”, alertam no comunicado, ao mesmo tempo que advertem para a necessidade de medidas eficazes para a salvaguarda dos postos de trabalho e “proteção aos trabalhadores com a perda de rendimentos”.

O site despedimentos.pt diz que esta decisão da empresa “ilustra a estratégia que está a ser adotada pelas grandes empresas, optando pela via mais fácil e centrada na proteção de lucros em tempos de crise, com o despedimento de precários e o recurso aos apoios públicos, nomeadamente ao novo ‘lay off simplificado’”.

A multinacional francesa, que tem mais de quatro mil funcionários em Portugal, distribuídos por seis fábricas e dois centros tecnológicos, já tinha despedido centenas de precários na sua unidade em São João da Madeira, ao mesmo tempo que, de acordo com o site de denúncias, forçou a marcação de férias e descontou no banco de horas aquando de encerramento ainda durante o mês de março. Sobre esta situação, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda já questionou o governo no início de abril.