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Fabrióleo desiste de processar ativista ambiental

Os responsáveis pela empresa condenada por atentados ambientais reclamava uma indemnização de Arlindo Marques, considerando como calúnia e difamação a denúncia dos crimes ambientais nas redes sociais.
Arlindo Marques à porta do tribunal. Imagem MedioTejo.net

Segundo a agência Lusa, os proprietários da empresa Fabrióleo anunciaram durante a segunda sessão do julgamento no Tribunal de Torres Novas a sua desistência do processo interposto contra o ativista Arlindo Marques. Mais uma vez, os queixosos acabaram por não comparecer à sessão.

Durante anos, este dirigente do movimento ProTejo denunciou com imagens nas suas redes sociais vários episódios de poluição na ribeira da Boa Água, junto às instalações da empresa, e chegou a ser alvo de um ataque em 2016 durante uma das filmagens dos atentados ambientais, quando um veículo conduzido por um dos proprietários da fábrica abalroou o seu.

"Aceitei a desistência do processo, sendo que os acusadores nunca compareceram e não fui acusado por nada, mas não me deixo intimidar e vou continuar a denunciar o que tiver de denunciar em termos de poluição ambiental, contando com o apoio da população", afirmou Arlindo Marques esta quarta-feira à agência Lusa.

Citando fonte oficial da empresa, a Lusa diz que os proprietários da Fabrióleo dizem-se "cansados de casos mediáticos" e por isso "gostavam de ver todos estes assuntos encerrados". Para Arlindo Marques, este tipo de processos "resultam de perseguição" e de "má-fé", e que "só servem para entupir os tribunais e chatear as testemunhas" de defesa.

Em 2018, após anos de denúncias de crimes ambientais, a empresa recebeu ordem para encerrar portas, mas o encerramento foi suspenso através de recursos judiciais. No mês passado, voltou a ser condenada por descargas de águas não tratadas a uma multa de 400 mil euros e à demolição de uma ETAR construída sem licença e que se encontra cheia de líquidos perigosos. Mas a decisão ainda não transitou em julgado.

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