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Fábricas portuguesas de automóveis atrasam regresso à produção

As duas maiores fábricas deviam estar em laboração desde a passada segunda-feira mas a falta de semicondutores fez adiar o processo. Lay-off à vista na Autoeuropa e Stellantis.
Saída da Autoeuropa. Foto Esquerda.net.
Saída da Autoeuropa. Foto Esquerda.net.

A falta de semicondutores sente-se a nível mundial tendo impacto na produção de automóveis. Em Portugal, as duas maiores fábricas a Autoeuropa de Palmela e a Stellantis de Mangualde, ex-PSA, deveriam ter retomado a produção na passada segunda-feira. Ambas adiaram por este motivo a reabertura das linhas de montagem para o próximo mês.

Segundo o Jornal de Notícias, a Autoeuropa só prevê voltar a laborar no dia seis de setembro. Vai acionar o lay-off para os mais de 5.200 trabalhadores. O Estado será chamado a pagar dois terços dos salários, a empresa assegura o pagamento do resto. Antes da interrupção da produção, “milhares de T-Roc e Volkswagen Sharan” ficaram sem semicondutores afirma aquele jornal.

Na Stellantis também faltam semicondutores para os Citroën, Peugeot e Opel que aí se produzem. Os 900 trabalhadores ainda não conhecem a data do regresso à laboração. Serão avisados com três dias de antecedência quando for caso disso. Fonte da empresa citada pelo JN diz que depois de esgotado o tempo de férias, “os trabalhadores podem beneficiar da flexibilidade do banco de 280 horas sem perda no vencimento”. Só depois disso entrará em vigor o lay-off que, neste caso, só é complementado pela empresa até 80%.

Para além das duas fábricas que produzem mais de 96% dos carros feitos no país, as outras também registam perturbações. Por exemplo, a fábrica da Mitsubishi Fuso no Tramagal, retomou no início da semana a produção do modelo Canter mas prevê “perturbações sérias na atividade durante setembro” que podem chegar à suspensão total ou parcial da produção. A fábrica da Salvador Caetano em Ovar informa que está a exportar normalmente o Toyota Land Cruiser para a África do Sul mas a falta de semicondutores “não permitiu corresponder a uma pretensão de aumento de encomendas”.

Há fábricas paradas em vários outros pontos da Europa. A Volkswagen tem três fábricas paradas na Alemanha e noutras a montagem foi reduzida a um turno. Neste país também a Ford parou uma fábrica. Na Alemanha e Hungria, a Mercedes prolongou a redução dos horários. Na Suécia, a Volvo suspendeu a produção. Em Espanha e França, a Stellantis também suspendeu a produção em várias fábricas.

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