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Fabian Figueiredo acusa André Ventura de liderar uma lista de ‘boys’, padrinhos e afilhados

Escolha de jurista do PSD, candidato à Assembleia Municipal de Loures, para lugar a ser ocupado por veterinário, leva candidato bloquista a acusar PSD de Loures de se manter “fiel à criação de empregos para os companheiros do partido, os chamados jobs for the boys”.
Fabian Figueiredo, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures. Foto de Vasco Inglez.
Fabian Figueiredo, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures. Foto de Vasco Inglez.

Na sequência da notícia avançada pelo Observador, que dá conta de que a Câmara de Loures colocou um jurista do PSD a chefiar a Unidade de Serviços Veterinários, Fabian Figueiredo destacou, em declarações ao jornal online, que “ao escolher o jurista João Ramos Patrocínio, militante do PSD e candidato à Assembleia Municipal de Loures, para chefe da Unidade de Serviços de Veterinário Municipal, em vez de um veterinário, o vereador Nuno Botelho, número dois de André Ventura, mantém-se fiel à tradição política do PSD Loures de favorecer a filiação partidária em vez do mérito”.

Segundo o candidato bloquista à Câmara Municipal de Loures, “o dever de serviço público e de boa governação autárquica” devia ter levado à promoção da veterinária municipal para o cargo, a que, “no entender de várias vozes autorizadas, entre elas o Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários”, o município “estava legalmente obrigado”.

Fabian Figueiredo lembrou ainda que “a CDU e Bernardino Soares caucionaram esta nomeação, o que demonstra a natureza do atípico acordo de governação PSD/CDU e o tipo de cimento que o revestiu nos últimos quatros anos”.

Um presidente da Câmara Municipal de Loures do Bloco de Esquerda nunca aceitaria uma nomeação destas, nem um vereador do Bloco de Esquerda a proporia

“Um presidente da Câmara Municipal de Loures do Bloco de Esquerda nunca aceitaria uma nomeação destas, nem um vereador do Bloco de Esquerda a proporia”, garantiu o candidato bloquista.

Fabian Figueiredo referiu ainda que o “PSD Loures e André Ventura estão sempre tão predispostos para, com leveza e superficialidade, apontar o dedo, ditar sentenças absolutas, principalmente sobre os mais desfavorecidos da nossa comunidade. Mas, “quando se vê à lupa”, continuou o candidato bloquista, “encontramos as piores práticas, o que todos os cidadãos honestos condenam: o favorecimento partidário, o pacto em nome de favores, o emprego para o amigo do partido. Uma forma de estar na vida pública da qual os cidadãos estão completamente fartos e cansados”.

“Para o PSD Loures, o cartão partidário fala mais alto do que a competência, o mérito e a formação específica”, afirmou Fabian Figueiredo, acrescentando que esta é “uma realidade que não é nova”.

O candidato do Bloco recordou que, em 2009, foi devido a este tipo de situações que João Galhardas, se demitiu. Numa carta aberta, o então vereador do Ambiente e do Turismo do PSD, num executivo liderado pelo PS, denunciava “que o que movia a atuação do PSD em Loures era a política dos lugares ou empregos, os ‘jobs for the boys’”.

Fabian Figueiredo assinalou que “Galhardas chegava ao detalhe de contar que, para a direção do seu partido, era determinante que Vítor Santos, na altura presidente da comissão política do PSD de Loures e hoje número 2 do PSD na lista candidata à Assembleia Municipal de Loures e candidato à Junta de Freguesia de Bucelas, e Armando Curado, à época vice-presidente da concelhia, integrassem, respetivamente, as administrações da Loures Parque [empresa responsável pela gestão do estacionamento] e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento”.

“Presentemente, essa mesma empresa municipal, a Loures Parque, continua a contar com um destacado dirigente do PSD Loures no seu Conselho de Administração, José Manuel da Veiga Testos, Presidente da Mesa da Assembleia do PSD Loures e também candidato do PSD à Assembleia Municipal”, referiu o bloquista, avançando ainda que “a presidência do Conselho de Administração, por sua vez, coincidência ou não, é ocupada por um militante do PCP”.

Para Fabian Figueiredo, estes casos “deixam evidente o que são as listas lideradas por André Ventura: listas compostas com ‘boys’, por quem lhes abre as portas, os nomeia para empresas municipais e cargos de gestão municipal”.

“Resumindo, em poucas palavras: André Ventura lidera uma lista de ‘boys’, padrinhos e afilhados”, vincou.

O Bloco assume o compromisso de “virar a página”, e de “acabar, de uma vez por todas, com as nomeações e os falsos concursos que favorecem o cartão partidário, os ‘jobs for the boys’”.

“Com regras claras e justas, é preciso começar a privilegiar a competência, a formação técnica especializada e o mérito. Em vez do amigo do partido, escolher os melhores e os mais competentes”, defendeu o candidato bloquista.

Esta é “uma mudança que só o Bloco de Esquerda pode pôr em prática, porque sempre criticámos, de cara lavada e mãos limpas, esta forma de estar na vida pública, e porque nunca fizemos parte, promovemos ou fechámos os olhos a estes ruinosos ‘acordos de cavalheiros’”, rematou Fabian Figueiredo.

Declarações racistas levam a nova baixa na candidatura do PSD

O Observador dá ainda conta este domingo de que o vice-presidente do Benfica João Varandas Fernandes decidiu abandonar o cargo de presidente da Comissão de Honra da candidatura de André Ventura à Câmara Municipal de Loures.

Segundo escreve o jornal online, a decisão de João Varandas prende-se com as declarações do candidato do PSD sobre a comunidade cigana.

André Ventura lamentou “a saída da candidatura e do projeto”, mas garantiu que não “vai voltar atrás naquilo que disse”.

“Não vou voltar atrás naquilo que disse sobre a comunidade cigana nem alterar a essência do meu projeto para Loures. Apesar de me sentir cada vez mais sozinho neste caminho, vou continuar“, frisou o candidato do PSD.

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