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Exposição mostra sapos “libertados” do preconceito anticigano

O projeto “Não Engolimos Sapos” surgiu da necessidade de “abolir uma prática consistente que tenta afastar a comunidade cigana de aceder a bens e serviços e se baseia numa crença ancestral desta minoria”, explica a página do projeto no Facebook, que pretende “alertar para esta forma de racismo subtil que é quase comummente aceite e raramente questionada ou discutida pela sociedade maioritária”. Esta prática de muitos comerciantes portugueses ganhou relevo internacional graças à curta-metragem de Leonor Teles premiada com um Urso de Ouro em Berlim, “Balada de um Batráquio”.
As 16 fotografias da exposição são da autoria de Rui Farinha, que acompanhou os ativistas e membros da comunidade cigana pelas várias localidades onde passou a campanha “Não engolimos sapos”. "A ideia foi sempre uma ideia proativa e não de crítica ao comerciante, ou seja, sensibilizando-os e não culpabilizando-os", afirmou o fotógrafo à agência Lusa.
"Entrávamos de t-shirt [branca, com o logótipo 'Não engolimos Sapos'] e as pessoas perguntavam logo se estávamos ali por causa do bicho. Tínhamos um folheto, que líamos, e depois explicávamos a campanha", contou o fotógrafo, apontando uma taxa de sucesso na retirada dos sapos de 50%, bem acima das suas expetativas. A par das fotografias, a exposição conta ainda com dez sapos que os comerciantes entregaram aos elementos da campanha.
"A fotografia aqui não funciona tanto como um elemento estético, mas mais como um prémio para todos os comerciantes que aderiram e foram sensíveis. É uma memória para o futuro”, diz o fotógrafo acerca da exposição que pode ser visitada até dia 12 de outubro no Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) de Lisboa, na Rua Álvaro Coutinho, n.º 14 (Anjos). Dois dias depois a exposição segue para o Teatro Rivoli, no Porto, no âmbito do Festival de Cinema MICAR, organizado pelo SOS Racismo.
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