You are here

Ex-presidente da Argentina terá espiado mais de 400 jornalistas

Em causa está uma denuncia contra a “produção de informações ilegais sobre jornalistas, académicos, organizações sociais e partidos políticos” por parte da presidência de Mauricio Macri em 2017 e 2018.
Maurício Macri
Foto de Santiago Trusso | Flickr

Segundo o Jornal de Negócios, a deputada e membro do Conselho da Magistratura argentino, Graciela Caamaño, denunciou a “produção de informações ilegais sobre jornalistas, académicos, organizações sociais e partidos políticos” que envolve o ex-presidente Macri, o antigo diretor-geral da Agência Federal de Inteligência (AFI) e antiga diretora-geral adjunta. 

A deputada irá apresentar queixa em Tribunal com documentos encontrados num cofre da Direção de Eventos da AFI onde se podem encontrar informações sobre 403 jornalistas, 28 académicos e 59 pessoas sinalizadas em três envelopes com os nomes de “2017”, “Jornalistas do G20” e “Diversos”.

De acordo com a denúncia, o governo de Macri criou um mecanismo para a acreditação de jornalistas para as cimeiras de Organização Mundial do Comércio e do G20, em 2017 e 2018. Neste mecanismo, os jornalistas eram identificados com um “semáforo ideológico” e os mais próximos de Macri teriam a cor verde, estando a vermelho os jornalistas mais críticos do governo. O processo de identificação terá abrangido jornalistas de agências internacionais e nacionais e terá sido feito sem nenhum tipo “de controlo ou ordem jurisdicional”.

Graciela Caamaño requereu uma audição com os envolvidos, nomeadamente o ex-presidente Macri “na sua qualidade de responsável pela definição das orientações estratégicas e dos objetivos gerais da política nacional de informações”.

 
Termos relacionados Internacional
(...)