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EUA: Republicanos não conseguem revogar Obamacare

A segunda e (aparentemente) derradeira tentativa dos Republicanos em revogar o Obamacare foi derrotada por um voto.
Mitch McConnell, líder da maioria republicana do Senado dos EUA.
Mitch McConnell, líder da maioria republicana do Senado dos EUA.

Foi por um voto mas bastou. A última iniciativa para revogar o Affordable Care Act (mais conhecido por Obamacare) foi rejeitada pelo Senado dos Estados Unidos da América com 51 votos contra 49. 

Originalmente, a maioria do Partido Republicano tinha apresentado uma proposta de lei que revogava o Obamacare e o substituía por um novo sistema de saúde - o Trumpcare - de tal forma impopular que se tornou um pesadelo político assim que as suas consequências para a população se tornaram claras. 

Essa iniciativa foi aprovada na Casa dos Comuns, mas não obteve apoio no Senado. Contudo, tal como o Esquerda.net analisou, a hipótese de outras iniciativas semelhantes estava ainda em cima da mesa. 

Em alternativa, Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, apresentou esta semana uma proposta de revogação do Obamacare sem qualquer plano de subsitutição, contando dessa forma manter coesão no partido mas, à hora do voto, John McCain votou contra a proposta.

O epíteto da proposta - “skinny repeal”, ou revogação simples - é enganador. Essencialmente, o que a proposta implicava era eliminar o “individual mandate” (a obrigação de ter um seguro de saúde, criando dimensão suficiente dos mercados para baixar os custos para cada indivíduo), bem como extinguir o “plan parenthood” (o programa de saúde reprodutiva). As projeções indicavam que, dentro de um ano após a entrada em vigor desta lei, 16 milhões de pessoas iriam perder acesso a cuidados de saúde, bem se iria registar um aumento 20% nos preços das apólices. 

As motivações de McCain não são claras. A liderança republicana sabia que não podia contar com duas senadoras - Lisa Murkowski, do Alasca, e Susan Collins, do Main -, o que iria colocar o Senado empatado em 50 contra 50. Por isso, o vice-presidente Mike Pence estava a presidir à sessão para utilizar o seu voto de qualidade quando o voto final ocorresse. 

Quando John McCain chegou à sala do Senado manteve uma conversa com Mike Pence durante vinte minutos, mas depois votou contra a proposta, o que parece contrariar a posição conjunta com Lindsey Graham (Senador Republicano). que tomou ao final do dia de terça-feira. Nessa altura, declarou que votaria a favor da iniciativa se a proposta fosse devolvida à Câmara dos Comuns em vez de seguir imediatamente para a Casa Branca para promulgação, uma posição politicamente dúbia sobre questões processuais. 

Graham votou a favor da proposta, McCain votou contra, mas nenhum dos principais media norte-americanos apresenta razões concretas para a mudança de posição de McCain. Na sua declaração oficial após a votação, McCain afirma apenas que a proposta “não oferecia qualquer substituição ou reforma do nosso sistema de saúde”.

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