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EUA: Polícia lança gás lacrimogéneo contra migrantes
No total, foram detidas 25 pessoas, entre as quais dois adolescentes. A maioria dos migrantes voltou para o México.
As autoridades norte-americanas tentaram justificar o lançamento de gás lacrimogéneo, gás pimenta e fumo para território mexicano, na zona de Tijuana, argumentando que não dispararam contra os migrantes que tentavam cruzar a fronteira de forma ilegal, e sim contra um grupo que estava a arremessar pedras.
A Associated Press contraria, contudo, esta versão, avançando que só foram lançadas pedras após o ataque com gás lacrimogéneo. Uma testemunha da Reuters afirmou ainda que um migrante foi atingido por aquilo que parecia ser uma cápsula de gás lacrimogéneo.
Justin Mazzola, vice-diretor de investigação da Amnistia Internacional (AI), afirmou que as ações das autoridades norte-americanas devem ser vistas como parte da agenda anti-imigração do governo Trump.
"Usar gás lacrimogéneo contra homens, mulheres e crianças à procura de proteção é cruel e desumano", declarou Mazzola.
"É preciso haver uma investigação completa e independente sobre o uso relatado de gás lacrimogéneo e outros agentes neste incidente. No entanto, este incidente deve ser examinado dentro do contexto mais amplo das políticas dos EUA na fronteira", acrescentou.
De acordo com o responsável da AI, “a administração Trump está a desafiar o direito internacional e a gerar uma crise ao afastar deliberadamente os requerentes de asilo dos portos de entrada, colocando em risco as famílias que não veem outra opção senão tomar medidas desesperadas à procura de proteção".
"Essas políticas perigosas devem terminar imediatamente. Os EUA devem receber as pessoas com segurança no país enquanto os seus pedidos de asilo são revistos", defendeu.
Esta é a segunda vez nos últimos meses que agentes federais recorrem ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar a migrantes que tentam cruzar de forma clandestina a fronteira com os Estados Unidos.
As tensões intensificaram-se nos últimos dias face à morte de duas crianças migrantes sob custódia dos EUA e à paralisação parcial (‘shutdown’) do governo federal dos Estados Unidos perante a recusa, por parte de Trump, em aprovar o orçamento preparado pelo Congresso caso este não integre o financiamento de um muro na fronteira com o México, no valor de cinco mil milhões de dólares.
Trump escreve sobre morte de duas crianças migrantes sob custódia dos EUA
No passado sábado, Donald Trump escreveu no Twitter sobre a morte de duas crianças migrantes sob custódia dos EUA. O presidente norte-americano culpou os democratas pelas mortes: “Qualquer morte de crianças ou outros na fronteira é estritamente culpa dos democratas e das suas patéticas políticas de imigração que permitem que as pessoas façam a longa viagem a pensar que podem entrar no nosso país ilegalmente. Não podem. Se tivéssemos um Muro, eles nem sequer tentariam!”
Any deaths of children or others at the Border are strictly the fault of the Democrats and their pathetic immigration policies that allow people to make the long trek thinking they can enter our country illegally. They can’t. If we had a Wall, they wouldn’t even try! The two.....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 29 de dezembro de 2018
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