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EUA podem enviar até 15 mil militares para a fronteira com o México

Os militares iriam juntar-se aos 2 100 que já se encontram a patrulhar fronteira para deter a caravana de migrantes vinda da América Central. Grupo teria dimensão semelhante à presença militar dos Estados Unidos no Afeganistão.
Trump ameaça enviar 15 mil militares para a fronteira com o México
Foto de Gage Skidmore/Flickr.

Voltaram a intensificar-se as ameaças de Donald Trump com vista a impedir a entrada no território dos Estados Unidos da América dos imigrantes vindos da América Central. Desta vez, Trump ameaça enviar até 15 mil militares para a fronteira com o México para impedir a entrada da chamada caravana de migrantes.

“Iremos até aos 10 000 a 15 000 militares no controlo fronteiriço”, disse o líder dos EUA aos jornalistas, clarificando que o objetivo é impedir a entrada da caravana de migrantes que há semanas se desloca a pé desde as Honduras e que tem como destino os Estados Unidos. De momento, os migrantes estarão a sensivelmente 1 600 quilómetros do país. 

Trump disse que os Estados Unidos da América estarão preparados” e que os migrantes “não entrarão” no país. Os 15 mil militares irão juntar-se aos 2 100 guardas que se encontram de momento a trabalhar no controlo da fronteira. 

Com vista a tentar impedir o fluxo de migrantes, o México disponibilizou na passada semana vistos temporários de residência e autorização de trabalho àqueles que se candidatem ao estatuto de refugidos nos estados do sul do país. Porém, os esforços não foram bem sucedidos e, ao verem-se impedidos de entrar no México a partir da Guatemala, centenas de elementos da marcha de migrantes atiraram-se ao rio Suchiate, em Tucún Umán, na fronteira entre os dois países, e seguiram caminho a partir daí. 

O Partido Republicano aproveitou a caravana de migrantes para colocar a imigração no centro da campanha eleitoral que decorre até 6 de novembro. Donald Trump chegou mesmo a propor o fim do “direito de solo”, consagrado na constituição dos EUA, que garante que as crianças nascidas em território estado-unidense e filhas de imigrantes em situação irregular têm direito à cidadania. São já vários os ativistas anti-racistas, especialistas em Direito e até membros do Partido Republicano que vieram contestar esta proposta, colocando até em causa a possibilidade de esta ser aprovada por decreto presidencial. 

Contudo, isso não teve o poder de diminuir a retórica racista que está a ser usada para falar sobre a marcha de migrantes. Donald Trump tem publicado vários tweets sobre o assunto, apelando ao medo do eleitorado republicano. Para além de hipotéticas ameaças à saúde pública, o Presidente dos EUA publicou um tweet com um vídeo onde um homem de nacionalidade estrangeira é julgado em tribunal por agressões “ao nosso povo”, crime esse que é associado à marcha de migrantes e àqueles que nos EUA defendem os direitos destas pessoas.

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