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EUA: O racismo cresce com Trump

A manifestação de supremacistas brancos e nacionalistas americanos deixou um rasto de destruição e violência em Charlottesville, na Virgínia, EUA. A ativista Heather Heyer acabou por falecer, quando um supremacista branco atirou o carro que conduzia para cima de manifestantes anti-racistas. 
Rua 4 em Charlottesville onde foi assassinada a ativista anti-racista ativista Heather Heyer. Foto de Tasos Katopodis EPA.

O receio de violência estava latente quando, na sexta-feira, cerca de um milhar de supremacistas brancos e membros saudosistas nazis, membros da Ku Klux Klan, ativistas da alt-right e demais grupos da extrema-direita norte-americana invadiram o campos universitário de Charlottesville, com tochas acessas cantando hinos supremacistas e de ódio racista.

A manifestação, marcada para sábado, contra a remoção de uma estátua do general sulista da Guerra da Secessão dos EUA, Robert E. Lee um símbolo para os nacionalistas americanos, poderia degenerar em violência. Batizada como "Unite the Right" a marcha de supremacistas, empunhando bandeiras da confederação americana segregacionista e símbolos nazis começou a desfilar pelas ruas numa atitude de ostentação e agressividade. Muitos dos manifestantes empunhavam armas de fogo e t-shirts com citações de Hitler.

A violência começou quando os manifestantes supremacistas brancos começaram, por volta das 10 da manhã, a atacar os manifestantes anti-racistas de movimentos como Black Live Matter e ACLU (American Civil Liberties Union) com paus, pedras e garrafas de água cheias.

O governador do estado de Virgina, Terry McAuliffe‏, decretou o estado de emergência e a polícia começou a limitar a acção dos manifestantes, que queriam aceder à estátua do esclavagista Robert E. Lee.

Passadas algumas horas de violência com 35 feridos e detenções, um supremacista branco num carro a alta velocidade atirou-se contra um grupo de manifestantes anti-racistas, matando a ativista Heather Heyer.

Houve reações politicas imediatas aos confrontos, desde o ex-presidente Barack Obama a Bernie Sanders, que escreveu na sua conta de Twitter que “ a manifestação de nacionalistas brancos em Charlottesville é uma exibição replicável do racismo e do ódio, que não pode ter lugar no nosso país”.

Quem tardou a publicar no twitter foi o presidente Trump que está a ser acusado de ser muito brando com os supremacistas brancos. Só ao final da tarde é que condenou a violência escrevendo:“a demonstração de ódio, intolerância, e violência de muitas partes, de muitas partes”. 

É preciso lembrar que os manifestantes supremacistas brancos foram apoiantes declarados de Donald Trump à presidência americana. Após o tweet do presidente Trump, David Duke um supremacista branco e um dos organizadores da manifestação fez uma recomendação ao presidente americano também, através do Twitter: “Recomendar-lhe-ia que olhasse bem para o espelho e se lembrasse que foram os americanos brancos que lhe deram a presidência, e não esquerdistas radicais”.

Ted Cruz, senador pelo partido republicano do Texas e ex-candidato à presidência escreveu no twitter: “Os nazis, o Ku Klux Klan e supremacistas brancos são nojentos e maus. Todos temos a obrigação moral de levantar a voz contra as mentiras, intolerância, anti-semitismo e ódio que propagam.”

O senador republicano do Estado do Colorado, Cory Gardner, alertou mesmo Trump escrevendo na conta pessoal do Twitter: “Senhor presidente, precisamos de chamar o mal pelo nome, eles são supremacistas brancos e aquilo foi terrorismo doméstico”.

Entretanto em Charlottesville e por toda a América, multiplicam-se as homenagens de luto pelo assassinato de ativista Heather Heyer que estava na rua 4 em luta contra os nazis, quando o supremacista branco a matou. 

 

 

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