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Estudo encontra biliões de partículas de poluição no coração de moradores urbanos

Um estudo da Universidade de Lancaster associa lesões nos tecidos musculares do coração com a poluição do ar. Foram encontrados biliões de nanopartículas tóxicas no coração de jovens moradores urbanos. Os investigadores dizem que a poluição atmosférica é “um grave problema de saúde pública”.
Poluição em Madrid. 2011.
Poluição em Madrid. 2011. Foto de enladiana. Flickr.

A ligação entre poluição do ar e doenças cardíacas há muito que estava estabelecida estatisticamente. Agora, um novo estudo da Universidade de Lancaster provou a existência de nanopartículas ricas em ferro em tecidos musculares do coração de jovens urbanos e veio avançar uma causa possível: a poluição derivada do uso do automóvel e industrial.

O estudo, publicado na revista científica Environmental Research, é “preliminar”, esclarece Barbara Maher do Centro Ambiental da Universidade de Lancaster, uma das principais investigadoras. Contudo, diz, “as descobertas e implicações eram demasiado importantes para não divulgar a informação.” A cientista não tem também dúvidas que “é preciso diminuir urgentemente a poluição” uma vez que estas partículas “representam um grave problema de saúde pública”.

Em 2016, Maher e a equipa a que pertence tinha encontrado nanopartículas deste tipo no cérebro e associado a sua presença a danos semelhantes ao Alzheimer. A sua deteção mais recente vai mais longe do que esse estudo indicando “danos muito precoces tanto no coração como no cérebro”, havendo agora “provas patológicas que mostram que as lesões estão a acontecer”.

A amostra da investigação foi reduzida. Foram analisados tecidos musculares do coração de 63 jovens com uma média de 25 anos de idade que tinham falecido em acidentes de viação e que viviam numa das cidades mais poluídas do mundo, a Cidade do México. Porém, Barbara Maher assegura que seria igual em qualquer outro ambiente urbano: “não há absolutamente nenhuma razão para acreditar que seja diferente noutras cidades”.

A Organização Mundial de Saúde informou recentemente que mais de 90% da população mundial convive com a poluição do ar, tendo declarado o assunto uma “emergência de saúde pública”.

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