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Estudantes exigem reforço e gratuitidade de transportes públicos

Com faixas onde se podia ler "O capitalismo não é verde", a manifestação da Greve Climática Estudantil esta tarde em Lisboa exigiu uma “rede de transportes públicos para que não sejamos obrigados a usar o veículo individual todos os dias".
Foto de Mário Cruz, Lusa.

Com o nome “este Natal exigimos transportes públicos para todos”, a manifestação juntou cerca de cinquenta estudantes esta tarde, em Lisboa, criticando o fraco investimento do Governo no reforço dos transportes públicos, uma medida que consideram “essencial no combate às mudanças climáticas”, numa manifestação organizada pela Greve Climática Estudantil de Lisboa.

O protesto teve início no Príncipe Real, seguindo depois até ao miradouro de São Pedro de Alcântara com faixas com frases como "transportes públicos gratuitos para todos" ou "justiça social = justiça climática" e palavras ds ordem como "mobilidade não tem preço, quero o o mundo que mereço", "o lucro é mais poluente do que toda esta gente", "ai ai ai se eu lutar o sistema cai", ou ainda “Capitalismo não é verde".

Para Maria Mesquita, trabalhadora-estudante de 19 anos a viver em Lisboa, a solução para a crise climática e a mobilidade não pode passar pelo transporte individual elétrico, mas por uma rede de transportes públicos adequada e que responda às necessidades das diferentes populações. "Somos dos países da União Europeia que mais usamos o transporte individual porque somos obrigados. A resposta é uma rede de transportes públicos e melhores condicões nos transportes para que nao sejamos obrigadados a usar o veículo individual todos os dias", afirmou em declarações à agência Lusa.

Criticaram também a oferta reduzida de transportes públicos em todo o distrito, bem como os horários reduzidos para períodos fora dos horários de trabalho. "Nao chegam aos sítios a que é necessário chegar e os autocarros são de uma empresa privada que não garante oferta aos fins de semana, feriados, quando as pessoas querem passear e visitar o resto do distrito. O que dá mais dinheiro é o pessoal ir para o trabalho e quando tambem são necessários, aos fins de semana e feridos, não atuam", disse Gonçalo Paixão.

Bianca Castro, estudante de 20 anos e uma das responsáveis pela organização, exigiu "investimento musculado" nos transportes, reforço de rotas e horários, assim como mais trabalhadores e com melhores condições laborais. "A solução nao é a massificação de carros elétricos ou impostos verdes mas investir em transportes públicos acessíveis a toda a gente" disse, criticando o investimento do Governo nos transportes públicos que considera não ser suficiente.

A fraca oferta de transportes públicos prejudica a coesão do país e "reforça o isolamento social de comunidades já marginalizadas", o que exige políticas nacionais, considerou. E deu o exemplo de Luzianes-Gare, em Odemira, a sua terra natal, onde "praticamente não há transportes públicos e a estação de comboio foi fechada em 2012".

A manifestação foi subscrita por várias entidades, entre as quais Braga para Todos, Campanha Linha Vermelha, CIDAC, ClimAção Centro, A Coletiva, Com calma, Movimento Cívico ‘Ar Puro’, Plantar uma árvore, Precários Inflexíveis, Sapato Verde, TROCA, UMAR, Climate Reality Project Portugal, Climáximo, SOS Racismo, Empregos para o Clima, Lisbon Climate Save, Liga para a Protecção da Natureza, S.T.O.P. - Sindicato de Todos os Professores, Quercus Lisboa, ASPEA. A lista de subscritores encontra-se em constante atualização.

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