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Estão ainda por colocar milhares de professores, denuncia Fenprof

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusa o Governo de não resolver o "gravíssimo problema do desemprego de professores", existindo atualmente 31.102 docentes não colocados.
A Fenprof considera que o ano letivo 2017/2018 será "um ano muito exigente em que o Governo e a equipa ministerial deverão mostrar o que realmente valem".

"Este é o número de professores e educadores que, neste momento, estarão no desemprego, o que não deixará de se refletir nas variações de desemprego no país, quebrando a rota descendente a que vínhamos assistindo. Continua a verificar-se, em Portugal, um gigantesco desperdício de qualificações", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, durante uma conferência de imprensa que teve lugar esta sexta-feira.

A Federação Nacional dos Professores considera que o ano letivo 2017/2018 será "um ano muito exigente em que o Governo e a equipa ministerial deverão mostrar o que realmente valem".

De acordo com Mário Nogueira, citado pela agência Lusa, no anterior ano letivo, o Ministério da Educação colocou, no âmbito da contratação inicial, 7.305 docentes, dos quais 4.673 em horários incompletos, enquanto este ano "apenas colocou 2.365 docentes, todos em horários completos".

"Esta redução nas contratações terá ficado a dever-se ao facto de terem ingressado nos quadros um pouco mais de 3.400 professores, número que, ainda assim, é bastante curto, face ao elevado nível de precariedade que existe", salientou o secretário-geral da Fenprof.

Mário Nogueira referiu ainda que as colocações que tiveram lugar há uma semana revelaram outros problemas, nomeadamente no que concerne ao aumento significativo do número de docentes dos quadros em "horário-zero". 

"Em 1 de Setembro de 2016, após as colocações através da mobilidade interna, tivemos 1.572 docentes dos quadros sem colocação. Este ano, no mesmo dia, temos 2.352 docentes dos quadros sem colocação, o que significa um aumento de 49,6%", assinalou.

Segundo o dirigente sindical, os grupos de recrutamento mais afetados são os de Educação Especial, Educação Visual e Tecnológica, Educação Musical do 2º ciclo, Educação Tecnológica, Português 3º. Ciclo e secundário, Inglês 3.º ciclo e secundário, Biologia e Geologia 3.º ciclo e secundário, Português e Estudos sociais/História do 2.º ciclo, Educação Física 3.º ciclo e secundário e Físico-Química do 3º ciclo e secundário.

No que concerne às colocações de docentes dos quadros no âmbito da mobilidade interna, Mário Nogueira adiantou que o concurso "está manchado de injustiças" devido ao facto de o Ministério da Educação ter decidido, sem qualquer aviso prévio, não colocar docentes em horários incompletos.

Neste contexto, a Fenprof defende que as listas de mobilidade interna publicadas devem ser retiradas e substituídas por outras que incluam os horários incompletos.

Sobre os docentes com horários completos, Mário Nogueira denunciou que o Ministério da Educação está a colocar atividades letivas na componente não letiva dos docentes.

O dirigente sindical avançou que a Fenprof tenciona discutir em reunião de secretariado nacional a possibilidade de um pré-aviso de greve para todo o ano letivo a todas as atividades letivas distribuídas na componente não letiva.

Mário Nogueira garantiu ainda que os docentes lutarão por medidas que beneficiem as escolas e o sistema, entre as quais a gestão democrática das escolas, o início da desagregação dos mega-agrupamentos ou uma significativa redução do número de alunos por turma.

Para 4 de outubro está já agendado um plenário nacional, em Lisboa, enquadrado na Campanha “Valorizar a Educação e os seus Profissionais. 2017/2018: Tempo de resolver problemas”.


Leia o comunicado divulgado pelo Secretariado Nacional da Fenprof a 1 de setembro de 2017:
Ano escolar inicia-se com muitos problemas na colocação de professores para 2017/2018

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