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"Estado persegue bombeiros enquanto alimenta as chamas", dizem ativistas detidos

Os 26 ativistas ambientais detidos numa ação de desobediência civil não violenta em que bloquearam a Rotunda do Relógio, este sábado em Lisboa, foram a tribunal na segunda-feira saber que o processo avança para a fase de inquérito. Estão acusados de desobediência a ordem de dispersão de reunião pública e de atentado à segurança rodoviária.
Os ambientalistas indignam-se com o que consideram ser a criminalização do protesto. Dizem que o Estado persegue os bombeiros ao mesmo tempo que alimenta as chamas. É isso mesmo que vinca Inês Teles, uma das acusadas, em nome do resto das pessoas que foram detidas. Segundo ela, “temos menos de dez anos para cortar três quartos das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal e mais aviação é como ligar o fogão a gás numa casa em chamas". Aliás, adianta, "tudo o que não for apagar fogo é tarefa errada e tempo perdido".
Sobre o processo de que é alvo, comenta ainda: "o Estado tem agora oito meses para decidir se quer continuar a criminalizar a conduta das ativistas que apagam o fogo, quando podia antes parar de alimentar as chamas e garantir que há menos aviões, mais ferrovia e uma transição justa para os trabalhadores".
Estes ativistas não estiveram sozinhos perante o tribunal. Dezenas de pessoas fizeram questão de aí se deslocar para demonstrar a sua solidariedade. Em comunicado, o coletivo de ativistas pela justiça climática, Climáximo, justifica a sua presença porque “ninguém fica para trás”. O mesmo texto revela que os cerca de 200 ativistas ambientais que participaram no protesto da Rotunda do Relógio se comprometem a "continuar a luta, voltando às ruas no Outono para bloquear umas das infraestruturas mais poluentes de Portugal".
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