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“Espero que recomendação da troika esbarre na porta”

Marisa Matias disse esperar que as recomendações de flexibilização do mercado de trabalho não avancem, defendendo que o caminho passa por “recuperar os direitos laborais” e não por uma flexibilização que já atingiu o seu limite.
Foto de Paulete Matos

Confrontada com as notícias que dão conta de 18 medidas defendidas pela troika, com vista a flexibilizar o mercado laboral, Marisa Matias afirmou que já “não há mais por onde flexibilizar”, e defendeu que o que há a fazer é “recuperar os direitos laborais que foram retirados e recuperar os direitos da contratação coletiva”.

Segundo a candidata presidencial, “assistimos há vários anos a recomendações que dizem que a flexibilização do mercado laboral é tudo o que é preciso para que haja mais emprego, para que o país seja mais competitivo e para melhorar os nossos indicadores a esse respeito”, mas, “na verdade, o que temos é mais desemprego e não temos tido nenhuma melhoria nesse campo”.

"Há que recuperar os direitos laborais que foram retirados e os direitos de contratação coletiva"

Marisa Matias disse não perceber a recomendação quando em Portugal “já nem sequer é proibido um despedimento coletivo”. “Qualquer dia vão pedir é que as pessoas paguem para ser despedidas”, especulou.

A candidata recusou assim compactuar com o caderno de encargos que Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional irão apresentar ao governo de António Costa a 27 de janeiro, quando a troika voltar a Lisboa para uma terceira avaliação, reiterando que “a posição que serve o país” não passa por aí.

"Cavaco Silva falhou em todas as áreas essenciais e consagradas pelos direitos sociais"

Nas declarações prestadas à margem de uma visita à Escola Básica de Lagos, em Vila Nova de Gaia, Marisa Matias acusou ainda Cavaco Silva de ter falhado “na ciência, na investigação, na saúde, na educação, na cultura, em tudo o que eram áreas essenciais e consagradas pelos direitos sociais". Para a candidata, que durante a manhã visitou o Centro de Investigação I3S, houve mesmo "um massacre na área da ciência e da investigação".

Marisa Matias na Feira de Espinho. Foto de Paulete Matos.

"Falamos de um sistema em que Portugal avançou muito durante alguns anos e nos últimos quatro anos sofreu cortes enormes. Um sistema que, além do mais, é um dos pilares fundamentais da democracia, e a portuguesa não é exceção, e que toca muitas áreas", assinalou, alertando ainda para a falta de vínculos laborais e para a precariedade a que os investigadores estão sujeitos.

Durante a manhã desta segunda-feira, Marisa visitou igualmente a Feira de Espinho, onde afirmou ter sido muito bem recebida. “As pessoas sabem quem é que as defende quando é preciso e quem é que pode ajudar a continuar a melhorar a vida delas", destacou.

 

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