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“Esperamos que este 1º de Maio seja o momento de assumir compromissos”

Catarina Martins frisou que é tempo “de todas as forças políticas assumirem esta necessidade no nosso país de respeitar quem vive do seu trabalho, de valorizar todos os salários, de combater a precariedade, de combater os horários longos demais para os salários curtos demais”.
Catarina Martins na Manifestação do 1º de Maio. Foto de Paula Nunes.

“Temos visto como a economia em Portugal tem crescido mais do que os salários e como a precariedade permanece, e como isso quer dizer que temos de alterar o Código do Trabalho e proteger a contratação coletiva, para que todos os salários no nosso país possam subir para combater as desigualdades. E é nesse trabalho que o Bloco está muito empenhado”, afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda durante a manifestação do 1º de Maio.

“Esperamos que este 1º de Maio seja o momento de assumir compromissos”, acrescentou.

Segundo Catarina Martins, “temos de estar à altura da reivindicação de quem trabalha, que é a reivindicação de um país mais justo e de uma economia melhor”.

É o momento “de todas as forças políticas assumirem esta necessidade no nosso país de respeitar quem vive do seu trabalho, de valorizar todos os salários, de combater a precariedade, de combater os horários longos demais para os salários curtos demais”, defendeu.

A dirigente do Bloco alertou ainda que “falta muitíssimo para acabar com a precariedade em Portugal”, sendo que temos uma lei que permite a precariedade e temos muita impunidade quando os patrões recorrem a precariedade de forma ilegal.

“Os professores querem é que a sua carreira seja respeitada”

Questionada sobre as declarações do ministro das Finanças no sentido de que não haverá dinheiro para descongelar as carreiras dos professores, Catarina Martins sublinhou que “há muito manipulação quando se fala nestas matérias, e que precisamos de ser ponderados e lembrar que o Governo descongelou uma parte do tempo de serviço mas não cumpriu o que tinha sido aprovado no Orçamento do Estado, que era fasear todo o descongelamento, ou seja, dizer quando faz o resto do descongelamento”.

“A questão do Orçamento para este ano é uma questão lateral porque o Governo sabe que tem de fazer, pelo menos, uma parte desse descongelamento e esse esforço não põe em causa o Orçamento. O que é preciso é chegar a um método que permita que, nos próximos anos, todo o tempo de serviço seja reconhecido. Ninguém está a pedir retroativos, ninguém está a pedir tudo de uma vez, o que as pessoas querem é que a sua carreira seja respeitada”, afirmou a coordenadora bloquista.

“E depois, claro, há problemas tanto na contagem do tempo de serviço como no próprio decreto do Governo, que permite que haja essa ultrapassagem entre profissionais, e temos também o problema das pessoas que estão agora a chegar à idade da reforma e o descongelamento não lhes chega. Esses trabalhadores devem ser compensados no seu acesso à reforma”, sinalizou.

Catarina Martins e Arménio Carlos. Foto de Paula Nunes.

Defender o Serviço Nacional de Saúde

No que respeita à nova Lei de Bases da Saúde, que vai ser votada na especialidade esta semana, Catarina Martins vincou que a posição do Bloco é clara, apontando que já existiram posições mais claras nos outros partidos, nomeadamente no caso do PS, no sentido de proteger o Serviço Nacional de Saúde (SNS) da sangria dos privados.

A dirigente do Bloco referiu ainda que existem “discussões absurdas sobre o tema”, clarificando que “o que está em causa não é saber se acabam os privados ou o setor social na Saúde. Ninguém está a acabar com eles. O que está em causa é saber onde é que é gasto o dinheiro público. E o que nós dizemos, e aquele que foi o apelo de António Arnaut para salvar a Saúde, é que onde o SNS dá resposta, não se deve dar o dinheiro público aos privados. E que as parcerias público privadas (PPP) devem acabar porque são uma forma de porem os privados dentro do SNS a fragilizá-lo”.

“E, para quem diz que é coisa pouca, lembro que as PPP levam cerca de 500 milhões de euros ao ano e que, nesta legislatura, levaram dois mil milhões de euros. Dois mil milhões de euros para grupos privados de saúde, nacionais e internacionais, em vez de estarem no SNS”, avançou ainda Catarina Martins, afirmando que o “Governo e o PS devem estar com dificuldade de explicar a sua posição aos seus próprios militantes”.

Termos relacionados Nova lei de Bases da Saúde, Política
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