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Espanha: primeiras projeções dão vantagem ligeira à esquerda

Primeiras projeções de resultados em Espanha dão PSOE como partido mais votado e ligeira vantagem da esquerda face à direita. PP é o grande derrotado, com uma sangria de votos para a extrema-direita, que entra no parlamento pela primeira vez. Partidos independentistas deverão ser decisivos para qualquer maioria.
Sala das Cortes Gerais, o parlamento espanhol. Foto de Tiago Petinga/Lusa.
Sala das Cortes Gerais, o parlamento espanhol. Foto de Tiago Petinga/Lusa.

Fechadas as urnas de voto em Espanha, as primeiras projeções de resultados estão a avançar uma maioria à esquerda entre PSOE, Unidas Podemos e partidos independentistas. A confirmar-se, será um resultado em linha com as últimas sondagens durante a campanha, mas as margens entre partidos são estreitas.

Segundo sondagem à boca de urna da GAD3 para a TVE, o PSOE será o partido mais votado com 28% dos votos e 116 a 121 deputados. Em segundo lugar ficará o PP, com cerca de 18% dos votos e 69 a 73 deputados. É uma queda substancial para o maior partido da direita, que nas eleições de 2016 foi o partido mais votado com 33% dos votos e 137 deputados. O grande beneficiado desta sangria de votos do PP terá sido a extrema-direita.

Em terceiro lugar em mandatos, mas não em votos, surge o partido liberal Ciudadanos, com 48 a 49 deputados e 14% de votos. A confirmar-se, ganhará cerca de 1% em votos, mas muito mais em deputados, passando dos atuais 32 para 48 ou 49.

Em quarto lugar, surge o Unidas Podemos, com 42 a 45 lugares e cerca de 16% dos votos. Se estes número se confirmarem, fica em terceiro lugar em votos, à frente do Ciudadanos, mas com menos deputados devido à geometria dos círculos eleitorais. É uma queda substancial para o partido de Pablo Iglesias face às últimas eleições, quando com 21% dos votos e 71 deputados esteve à beira de ultrapassar o PSOE como maior partido à esquerda. Parte importante do voto de centro-esquerda que se tinha transferido em 2016 para o Podemos terá voltado ao PSOE. Será todavia um resultado melhor que o anunciado pelas sondagens no início da campanha eleitoral, para o que terá contribuído entre outros o bom desempenho de Pablo Iglesias nos debates televisivos, largamente reconhecido nos media.

Em quinto lugar surge a extrema-direita do partido Vox, a grande novidade da campanha. Deverá ter 12% dos votos e 36 a 38 deputados, cerca de metade dos lugares que o PP deverá perder. Apesar de uma viragem marcada à direita do PP com o novo líder Pablo Casado, que sucedeu ao ex-primeiro ministro Mariano Rajoy, este não conseguiu estancar a sangria de votos para o partido da extrema-direita, que até aqui era residual.

Contas feitas, a soma dos partidos de âmbito nacional dá uma vantagem muito ligeira à esquerda. PSOE e Unidas Podemos contabilizam 44,2% dos votos e 158 a 166 deputados. Um bloco da direita entre PP, Ciudadanos e Vox contabiliza um pouco mais de votos (44,3%), mas menos deputados (153 a 160). Ambos ficam longe dos 176 deputados necessários para uma maioria parlamentar, o que deixa o equilíbrio de poder nos partidos regionais e independentistas, que dividem entre si os cerca de 30 lugares restantes. Tendo em conta a intransigência crescente da direita espanhola na questão das nacionalidades, um entendimento destas forças com a esquerda é o cenário mais plausível. Mas com números tão próximos, pode ainda haver surpresas nos resultados finais.

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