Os estudantes secundários e universitários fizeram esta quarta-feira o primeiro dia de uma greve geral de 48 horas em protesto contra os cortes do orçamento para a Educação, as restrições ao acesso a bolsas de estudo e o aumento das propinas. Protestam igualmente contra a chamada lei Wert (do nome do ministro da Educação José Ignácio Wert) que reforça o controle do ministério sobre os currículos, reforça o papel do diretor e diminui o dos conselhos escolares, aumenta o número de exames e o número de alunos por turma, entre outras medidas.
Segundo o Sindicato dos Estudantes, a greve "é um grande sucesso" e "mais de um milhão de estudantes deixaram vazios os lugares em milhares de estabelecimentos de ensino". O sindicato estima que a adesão à greve foi de 90%.
Estão previstas para esta quinta-feira manifestações em várias cidades em defesa do ensino público.
Intervenção Policial
Em Madrid, a polícia de choque foi chamada e desalojou à força a vice-reitoria da Universidade Complutense ocupada pelos estudantes há uma semana, prendendo 53 jovens. O pedido de intervenção da polícia foi feito pelo próprio reitor, que disse que já não havia diálogo com os estudantes e que os funcionários não tinham condições de ir trabalhar. Mas um grupo de professores e funcionários da Universidade assinaram uma carta pedindo negociações e assegurando que a ocupação era pacífica.
Manifestação da Polícia de choque
Curiosamente, mais ou menos na mesma altura, mais de 600 polícias das Unidades de Intervenção Policial manifestavam-se diante do Comissariado exigindo a demissão do comandante, responsabilizando-o pelos erros de operação na repressão à Marcha pela Dignidade de domingo, que reuniu mais de um milhão de pessoas em Madrid. Nos confrontos do final da manifestação ficaram feridos 67 polícias.