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Equador vai entregar aos EUA tudo o que Assange deixou na embaixada

Sob suspeita de ter feito gravações ilícitas durante o asilo do fundador do Wikileaks na sua embaixada, o governo de Lenin Moreno vai entregar à justiça norte-americana todos os documentos, telemóveis e computadores usados por Assange nos últimos sete anos.
Foto Ervins Strauhmanis/Flickr

O diário espanhol El País teve acesso à notificação da Procuradoria-Geral do Equador que agenda para o próximo dia 20 de maio uma busca ao local onde Julian Assange esteve refugiado nos últimos sete anos. Todos os computadores, telemóveis, discos externos, pen drives e quaisquer outros dispositivos serão entregues à justiça norte-americana.

A busca foi pedida pelo Departamento de Justiça dos EUA e representa para o antigo juiz espanhol Baltazar Garzón “uma violação absoluta do Equador ao direito de asilo”. Garzón diz que “é incompreensível que o país de proteção aproveite agora a posição privilegiada de o ter acolhido para entregar os seus pertences ao país que o persegue”. Garzón lembra ainda que ainda durante a estadia de Assange na embaixada, foi montado um dispositivo de gravação para vigiar Assange sem o seu conhecimento.

A colaboração do governo de Lenin Moreno com Washington dura há meses e os advogados de Assange desconfiam que essas gravações ilícitas incluam as conversas com o seu cliente na embaixada, que também poderão ter sido gravadas e entregues aos Estados Unidos. Assange apresentou uma queixa na justiça espanhola contra um jornalista e quatro programadores informáticos. Segundo o criador da Wikileaks, tentaram extorquir-lhe três milhões de euros em troca de centenas de vídeos e gravações dos seus últimos anos na embaixada.

Julian Assange está detido numa prisão britânica desde que foi condenado a uma pena de 50 semanas, mas aguarda ainda decisão sobre o pedido de extradição feito por Washington, ao qual já se opôs na primeira sessão no tribunal de Westminster. 

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