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Ensino de Português no Estrangeiro paralelo “está condenado a desaparecer”

O alerta é do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas, que acusa o Instituto Camões de continuar “agarrado à propina” que afasta os alunos.
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Foto de Paulete Matos

No final de uma reunião com o presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, os professores do ensino paralelo de português no estrangeiro não ficaram com razões de otimismo quanto ao futuro. A conclusão é de Teresa Soares, a secretária-geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas, que prevê nova diminuição do número de alunos no próximo ano letivo no regime paralelo - extracurricular e feito sobretudo em articulação com associações culturais de emigrantes.

“Esta reunião adiantou muito pouco aos problemas que temos. O Camões continua agarrado à propina, não consegue fazer a distinção entre o que se passa no ensino integrado, dentro de horário e de qualidade, e o ensino paralelo, sujeito ao pagamento de uma propina” de 100 euros anuais e com menos condições, afirmou Teresa Soares à agência Lusa.

Apesar de o Governo, através do ministro Augusto Santos Silva, se ter comprometido a acabar com esta propina introduzida em 2006, adiou o assunto para quando existirem “condições orçamentais para o fazer”. Este pagamento tem afastado muitos alunos do ensino do português e é considerado pelas comunidades portuguesas como discriminatório face ao ensino gratuito de que gozam os alunos em Portugal.

Além da propina, os professores queixam-se também de terem sido “deixados de lado” em relação à vacinação contra a covid-19. Dizem que “a tutela confiou em que nos vários países os serviços de saúde, as escolas se ocupassem disso”, o que depois não veio a acontecer. E há também problemas antigos, como a precariedade. Estes professores continuam sem acesso a um quadro em que se possam vincular e só se podem candidatar a Portugal “em segunda prioridade”, sublinhou Teresa Soares.

Ante este “quadro bastante negativo” do ensino de português no estrangeiro, a líder sindical prevê que o regime paralelo “está condenado a desaparecer” ou a limitar-se a uma expressão mínima.

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