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Empresa wTPlay empurra trabalhadores para a greve

Apesar de declarar que 2019 foi o seu melhor ano de sempre, a empresa recusa-se a atualizar salários estagnados há mais de dez anos. O dirigente sindical Paulo Mendes explicou ao Esquerda.net quais são as reivindicações dos trabalhadores. Greve decorre a 4 e 5 de agosto.
Foto publicada no site da CGTP.

Em comunicado, o SINTTAV - Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual anuncia uma greve dos trabalhadores da wTPlay - Serviços Interactivos de Entretenimento, Lda., para os dias 4 e 5 de agosto. A wTPlay é uma empresa do grupo wTVision que opera no mercado audiovisual português fornecendo serviços ultra especializados a clientes nas áreas de televisão tais como: RTP, NOS, Altice, TV Globo, Eleven Sports, Canal Q, ZapLaLiga, nas áreas de infografismo e gestão de canais.

Conforme explicou Paulo Mendes, dirigente do SINTTAV, ao Esquerda.net, “na prática, este empresa explora o fornecimento de pessoal a muito baixo preço”, praticando “valores de salário base que andam à volta do salário mínimo nacional e pouco mais do que isso”.

“O salário base máximo que existe é de 800 euros, e falamos numa área altamente especializada, da área da televisão e gestão de canais de televisão”, continuou.

De acordo com Paulo Mendes, o sindicato fez uma proposta de aumento salarial, em conjunto com o fim do banco de horas, “que não permitia que os trabalhadores recebessem qualquer tipo de salário pelo trabalho suplementar que faziam”.

Mas “a empresa recusou determinantemente qualquer tipo de negociação salarial”, lamentou.

Perante a “incapacidade da wTPlay de apresentar sequer uma contra-proposta ao sindicato de aumento salarial”, os trabalhadores reuniram em plenário e votaram a favor de uma greve nos dias 4 e 5 de agosto.

Questionado sobre a questão da progressão na carreira, o dirigente sindical esclareceu que “a empresa nem sequer tem propriamente uma progressão de carreira formal”.

“Tem uma progressão de carreira informal, em que a pessoa começa perto do salário mínimo nacional com contratos com alguma instabilidade e depois vai progredindo até aos 800 euros no máximo”, detalhou.

Paulo Mendes reforçou que “alguns destes trabalhadores têm tarefas altamente especializadas e ganham muito abaixo da média nacional para qualquer tipo de atividade”, quanto mais para a atividade de “elevada complexidade e responsabilidade” que desenvolvem.

Neste contexto, “os trabalhadores não têm qualquer alternativa que não a de decretar a greve, porque a entidade empregadora, apesar de declarar que 2019 foi o seu melhor ano de sempre”, não atualizou salários estagnados há mais de dez anos.

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