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Empresa de limpeza Keepshining não paga salários e assedia trabalhadoras

As denúncias de pressão para assinar acordos de cessação de contratos chegaram ao site despedimentos.pt. A empresa decidiu também descontar, de forma unilateral, o período em que esteve inativa nos salários de março.
Limpezas
Foto de Marco Verch/Flickr

O site despedimentos.pt recebeu várias denúncias de trabalhadoras da empresa de serviços de limpeza Keepshining, denunciando assédio para cessação dos contratos de trabalho, isto depois de ter cortado os salários das trabalhadoras relativos ao mês de março.

O assédio patronal começou em meados de março, quando trabalhadoras afetas à limpeza do Hotel Fénix, no Porto, receberam, de forma verbal, uma indicação pela empresa de que não teriam mais trabalho. Uma das trabalhadoras relatou esta situação ao Diário de Notícias.

A empresa anunciou que a trabalhadora não teria mais trabalho depois do dia 16 de março e que depois a iriam buscar ao fundo de desemprego, a ela e às outras cerca de 70 trabalhadoras, assim que voltasse a haver trabalho.

De acordo com o site despedimentos.pt: “Tão grave como a comunicação verbal feita pela empresa é o facto de que estes trabalhadores e estas trabalhadoras nem sequer receberam carta para o fundo de desemprego, ficando a incerteza de quando poderão ter alguma fonte de rendimento para fazer face ao dia a dia.”

Cerca de um mês depois das primeiras denúncias sobre esta empresa, a plataforma despedimentos.pt recebeu queixas de que a Keepshining descontou no pagamento do salário relativo ao mês de março o período de inatividade decidido unilateralmente pela empresa. E não colocou as trabalhadoras noutros locais, como tinha prometido.

Além disto, a empresa está agora a tentar concretizar o despedimento das trabalhadoras, assediando-as para que estas assinem “acordos com mútuo consentimento” na cessação dos contratos de trabalho. Nestes supostos acordos prevêem-se pagamentos compensatórios de pouco mais de trezentos euros, onde a empresa queria incluir todos os direitos ainda não pagos (férias não gozadas, subsídios de férias e Natal).

A plataforma de denúncias diz que “o abuso patronal é uma marca da conduta empresarial no setor das limpezas”, e que a “Autoridade para as Condições do Trabalho tem de atuar rapidamente para pôr cobro a estes abusos”. 

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