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Emigrantes lesados do BES lembram promessas de Costa e Marcelo em Paris

Na manifestação marcada para este sábado em Paris, os emigrantes vão exigir o cumprimento das promessas feitas nas comemorações do 10 de Junho do ano passado por António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa aos lesados do BES na capital francesa.
Manifestação em Paris dos emigrantes lesados do BES, em fevereiro passado. Foto de de Ian Langsdon/Epa/Lusa

“Estamos fartos de promessas, queremos honra nas palavras que nos transmitiram e compromissos que foram assumidos”, diz o comunicado da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) que apela à participação na manifestação deste sábado, às 14h locais, na sede do Novo Banco em Paris (Av. Georges Mandel, 45), seguindo-se um desfile até à Embaixada de Portugal.

Estes emigrantes, muitos já reformados, não aceitaram o acordo proposto pelo Novo Banco para trocarem os títulos que detêm por dívida com maturidade em 2049 e 2051. Classificando a proposta como “indecente e vergonhosa”, a AMELP pede ao Presidente e ao primeiro-ministro que se recordem das promessas feitas há um ano, quando estiveram em Paris no âmbito das comemorações do 10 de Junho.  

“Não queremos saber se 80% aderiu à proposta [que o Novo Banco apresentou em 2015]. Nós os 20% não estamos para ser enganados uma segunda vez”, afirma o comunicado da Associação.

Bloco de Esquerda/Europa: “Ouçam a voz dos emigrantes lesados do BES!”

Em comunicado, o núcleo da Europa do Bloco de Esquerda saúda "a luta exemplar dos emigrantes lesados do BES e apela a população portuguesa a juntar-se à manifestação" deste sábado com o objetivo de “recordar as promessas de há um ano não cumpridas pelo presidente da República e o primeiro ministro português e exigir justiça para os emigrantes lesados”.

Lembrando que durante a campanha para as legislativas, responsáveis do Partido Socialista afirmaram “que se o  PS fosse governo, o problema dos lesados do BES seria resolvido”, o Bloco/Europa afirma que “os emigrantes lesados continuam sem solução, como se de portugueses se não tratasse”, ao contrário do que aconteceu aos lesados do papel comercial em Portugal.

Um ano depois da visita de Marcelo e Costa, “os emigrantes encontram-se como à partida: sem o dinheiro que depositaram no BES e sem qualquer solução para o reaver”, prossegue o comunicado, que considera a proposta do Novo Banco “um insulto para emigrantes que têm hoje, em média, mais de 65 anos de idade”.

“Não foi por acaso que a petição que deu entrada na Assembleia da República no passado 12 de Abril subscrita por mais de 7000 emigrantes lesados aos quais se associaram mais de 50 dirigentes do Bloco de Esquerda, solicitava para além da identificação de práticas de venda fraudulenta relativamente aos produtos vendidos aos emigrantes, a condenação das propostas comerciais apresentadas pelo Novo Banco”, refere ainda o comunicado do Bloco/Europa.

 

 

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