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Emigrantes lesados do BES fazem novo protesto

Concentrados este sábado em frente à sede do Novo Banco, em Paris, denunciaram aquilo que consideram "um crime" e "uma vergonha" e reclamaram as suas poupanças. Dirigente bloquista Luís Fazenda frisou que "é uma indignidade aquilo que se tem vindo a passar”.
Concentração de lesados do BES em Paris.

"Faço um apelo ao nosso primeiro-ministro para resolver esta vergonha porque isto é uma autêntica vergonha, o que está a acontecer aos emigrantes. É um crime, é um crime. Como é que esta instância bancária (BES) continua a viver? Esta panela sem fundo já custou milhares de euros ao Estado português. Isto é uma autêntica panela rota, é uma vergonha o que está a acontecer", afirmou Carlos Costa, um dos promotores do grupo Emigrantes Lesados Unidos, em declarações à agência Lusa.

Carlos Costa lembrou que o caso dos emigrantes lesados do BES "está parado" e que o primeiro-ministro, António Costa, "fez uma promessa em Champigny, no bairro da lata, para resolver o problema rapidamente" mas "continua-se à espera".

“Emigrantes estão a ser duplamente penalizados”

"É uma indignidade aquilo que se tem vindo a passar com os emigrantes que foram lesados por produtos financeiros do Grupo Espírito Santo (GES) e, em particular, as ações do BES. Estes emigrantes estão a ser duplamente penalizados. Foram penalizados pela fraude bancária e agora estão a ser penalizados porque não há uma atenção em relação à situação particular deles", destacou Luís Fazenda.

O dirigente bloquista referiu que "houve um acordo com detentores de papel comercial mas essa situação não é abrangente para os emigrantes", considerando "inaceitável que havendo uma solução - mesmo que criticável - para os detentores do papel comercial, não haja solução alguma para os emigrantes que aqui depositaram as poupanças de uma vida de trabalho".

Luís Fazenda recordou que o Bloco de Esquerda tem acompanhado "a luta" dos emigrantes lesados do BES "há muito" e "mantém a vontade de vir a resolver este problema": “Já fizemos várias perguntas ao governo, já levantámos a questão ao ministro das Finanças e ao primeiro-ministro, vamos intensificar essas iniciativas. Vamos tentar junto do Governo que haja uma solução, vamos pressionar o Governo nessa direção, estamos a pressionar há muito tempo", garantiu.

A dirigente do núcleo Europa do Bloco, Cristina Semblano, reforçou que "o Bloco de Esquerda é solidário da luta dos emigrantes lesados do BES", uma luta "que já vem desde o verão de 2014 quando eles se deram conta que todas as economias de uma vida de trabalho tinham sido espoliadas".

"A situação continua na mesma, com casos gritantes de emigrantes que não têm nada com que viver, que estão a viver abaixo do limiar da pobreza, que estão com reformas miseráveis, sem poderem ter acesso às economias de toda uma vida de trabalho e sacrifício”, sinalizou Cristina Semblano.

A dirigente bloquista advertiu que "se a situação dos emigrantes lesados não é resolvida agora, em que os capitais do fundo de resolução são maioritariamente públicos", quando o Novo Banco for vendido, "o comprador do Novo Banco não vai estar absolutamente nada interessado em indemnizar os emigrantes lesados do BES".

 

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