You are here

Em frente à Relação do Porto ouviu-se “Liberdade para Rui Pinto”

Concentração deste sábado no Porto exigiu a libertação do autor das denúncias do “Luanda Leaks” e “Football Leaks”. E prometem voltar a manifestar-se em Lisboa a 22 de março, quando Rui Pinto completará um ano na prisão.
Manifestação em frente ao Tribunal da Relação do Porto
Manifestação em frente ao Tribunal da Relação do Porto pela libertação de Rui Pinto. Foto de João Marques Laranjo/Facebook

Com tambores e faixas onde se lia “Libertem Rui Pinto, prendam os corruptos”, centenas de pessoas manifestaram-se indignadas com o que chamam de tentativa da justiça para “calar Rui Pinto”, o autor das denúncias sobre escândalos e crimes financeiros no mundo do futebol e dos negócios, que já deram frutos às autoridades de outros países, ao recuperarem milhões de euros aos infratores.

Em Portugal, os documentos revelados por Rui Pinto no âmbito do Luanda Leaks ou Football Leaks mostram o papel de figuras influentes da advocacia de negócios na montagem dos esquemas ilegais de branqueamento de capitais e desvio de fundos. Mas é o autor das denúncias que está na prisão há quase um ano, acusado de tentativa de extorsão e acesso ilegítimo aos ficheiros com os indícios de crimes e más condutas.
 
“Rui Pinto, ao estar preso, significa que Portugal também está preso e é por isso que temos de o apoiar. É uma questão de justiça, de liberdade e de democracia”, afirmou uma das manifestantes à TVI. A intenção dos organizadores e repetir o protesto no dia 22 de março, quando se cumprir um ano desde a prisão do lançador de alerta português.

Na véspera do protesto, a UEFA anunciou sanções pesadas ao Manchester City, impedindo-o de participar nas competições europeias de futebol nos próximos dois anos. As provas de que este clube detido por um magnata dos Emirados Árabes Unidos estava a violar as regras do “fair-play financeiro” da UEFA foram obtidas a partir das revelações de Rui Pinto.

Também na sexta-feira, os advogados, jornalistas e membros de ONG que apoiam Rui Pinto deram uma conferência de imprensa em Lisboa, sublinhando que a prisão do lançador de alerta é um caso único na Europa e deve terminar de imediato. Rui Pinto nega as acusações de que é alvo e vai contar com outros lançadores de alerta a testemunhar no julgamento. Edward Snowden e Antoine Deltour, o belga que esteve na origem dos “Luxleaks”, são dois nomes que a defesa pretende chamar a depor a favor de Rui Pinto.

Termos relacionados Sociedade
Comentários (1)