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Em dia de aniversário, teatros doam receitas da bilheteira à família de Bruno Candé

O ator Bruno Candé, assassinado em julho, ia celebrar o seu 40º aniversário. Em homenagem, oito teatros doarão à sua família as receitas da bilheteira de sexta-feira. Proposta bloquista de criação de uma placa evocativa foi chumbada na Assembleia Municipal de Loures.
Em dia de aniversário, teatros doam receitas da bilheteira à família de Bruno Candé
Manifestação antirracista de homenagem a Bruno Candé. Fotografia de Ana Mendes.

Assassinado a tiro na via pública a 25 de julho após ter sido alvo de comentários racistas, o ator Bruno Candé celebraria a 18 de setembro o seu 40º aniversário. Oito salas e companhias de teatro em Lisboa e no Porto decidiram homenageá-lo, doando todas as receitas obtidas nesse dia à sua família.

O Teatro Nacional D. Maria II, São Luiz, Maria Matos e Teatro do Bairro Alto, o Teatro Maria Vitória, o Teatro Municipal do Porto e o Teatro da Politécnica, em Lisboa, onde está a companhia Artistas Unidos, além do espaço CAL – Primeiros Sintomas, participam nesta angariação, tendo o apoio da associação SOS Racismo. No Teatro da Politécnica, a companhia Artistas Unidos, aí residente, decidiu duplicar o número de sessões, nessa data, para as 19:00 e as 21:30, com o mesmo fim.

Quem não poder comparecer e quiser fazer um donativo pode fazê-lo com o valor do bilhete (10 euros) para o IBAN PT50 0035 0936 00042 5115 0087, titular Olga Araújo (irmã de Bruno Candé).

Na Assembleia Municipal de Loures, o Bloco de Esquerda apresentou a proposta para a colocação de uma placa evocativa da memória de Bruno Candé na Avenida de Moscavide. Desde o assassinato, foi improvisado um pequeno memorial, recentemente vandalizado.

“Uma placa não acabará com a discriminação sentida por muita gente, pelo mundo fora, devido à cor da sua pele", defendeu Rita Sarrico, eleita pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal.

"Mas passa uma mensagem de compromisso. Um compromisso de todas e todos nós no combate ao racismo, xenofobia, intolerância e qualquer forma de discriminação”, concluiu.

A proposta foi chumbada com votos contra do PS e CDS-PP e abstenção da CDU e PSD. Além do Bloco de Esquerda, só o PAN votou a favor.

Bruno Candé Marques morreu em julho, aos 39 anos, após ter sido baleado, várias vezes, em plena Avenida de Moscavide, concelho de Loures. O suspeito do homicídio, de 76 anos, foi detido no local e aguarda julgamento em prisão preventiva. Candé deixou três filhos entre os dois e os seis anos.


Notícia atualizada às 13:10 de 18 de setembro para incluir a conta bancária através da qual é possível fazer donativos para a família de Bruno Candé.

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