You are here

É preciso “coragem” para mexer nas leis laborais e da habitação

Catarina Martins defende que as respostas de apoio social e de emergência são importantes para responder aos efeitos da crise, mas é necessário transformá-las em “respostas estruturais” para garantir o direito à habitação e trabalho com direitos.
É preciso “coragem” para mexer nas leis laborais e da habitação
Fotografia de José Sena Goulão/Lusa.

A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu esta tarde ser preciso ter “coragem” para enfrentar os interesses imobiliários e para mexer de forma estrutural na economia, alterando a legislação laboral e as regras da habitação.

À margem de uma visita com Marisa Matias à Casa do Lago, um centro de apoio a vítimas de violência doméstica em Lisboa, Catarina Martins reconheceu, dando o exemplo dos programas de apoio às pessoas em situação de sem abrigo aplicados pela vereação bloquista na Câmara Municipal de Lisboa, a necessidade de manter os programas de emergência todo o tempo em que forem necessários. Porém, lembrou que “não basta a resposta de emergência social”.

“É preciso transformar a resposta de emergência em resposta estrutural”, de forma a reduzir o número de pessoas que necessitarão desses apoios e a chegar àquelas que deles necessitam, mas por algum motivo não se qualificam para os apoios atualmente em vigor.

“As pessoas precisam de emprego com direitos e dignidade, e precisam de ter acesso à habitação. A habitação é um direito fundamental, não pode ser um luxo, nem pode ficar para os caprichos do mercado”.

Mas para garantir que mais pessoas estão protegidas no emprego e têm acesso a uma habitação digna, “é mesmo preciso ter a coragem de mexer na legislação laboral”, comentou.

"Para nós garantirmos que as pessoas têm direito à habitação é preciso ter a coragem de afrontar os interesses imobiliários e os interesses financeiros que fazem com que os preços das casas sejam absurdos tendo em conta os salários no nosso país”, defendeu a dirigente bloquista esta tarde. E para isso é preciso ter o apoio social e de emergência, “mas também ter a coragem de fazer as mudanças fundamentais na economia - seja nas leis do trabalho, seja nas regras da habitação”, concluiu.

Forma triste de começar 2021

Num dia marcado pelo falecimento do fadista Carlos do Carmo, a candidata presidencial e eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, lembrou-o como “um expoente máximo da cultura” nacional.

“É uma forma muito triste de começar este ano de 2021. Falamos de uma pessoa que não foi apenas um expoente máximo da cultura, mas foi também um expoente máximo na reflexão, em ajudar-nos a pensar o país, ajudar-nos a construir um país melhor”, afirmou Marisa Matias.

Termos relacionados Política
(...)