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“É o momento de explicar a Bruxelas que a Constituição é para cumprir”

No debate quinzenal com o primeiro-ministro, Catarina Martins afirmou que há uma maioria no parlamento que apoia o governo com a coragem para fazer frente a Bruxelas.
Catarina Martins no debate quinzenal com o primeiro-ministro António Costa.

No debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República, a porta voz do Bloco disse, referindo-se ao Banif, que a Comissão Europeia está a assaltar o país, porque quem se diz tão preocupada com o défice devia antes preocupar-se com o facto de obrigar o país a gastar 3 mil milhões de euros com uma conta que não era sua.

“Quem se diz tão preocupado com as regras devia ter cuidado com elas, porque quando ainda estava a decorrer o concurso para a venda do Banif, já a Comissão Europeia tinha enviado um mail a dizer qual era o vencedor do concurso”, afirmou, tendo acrescentado: “quando falamos com batoteiros é muito difícil dar atenção às regras, que tentam ou não prescrever”

A Constituição é para cumprir

Num gesto simbólico, Catarina Martins mostrou um exemplar da Constituição e disse que este era para o primeiro-ministro o partilhar com a Comissão Europeia, que na sua opinião foi enganada pelo governo do PSD-CDS.

“Quem vive em Portugal não se surpreende porque sabe o que aconteceu com a devolução da sobretaxa ou com o fim da austeridade que iria criar emprego ou consolidar as contas públicas”, afirmou Catarina, tendo ainda acrescentado que “o governo anterior disse em Bruxelas que os cortes nos salários e pensões, que a Constituição não permitia, eram permanentes “.

"Este é o momento de explicar à Comissão Europeia que a Constituição em Portugal é para cumprir, disse, tendo ainda afirmado: “Se lhes prometeram que iam cortar onde não podiam cortar, onde não podiam cortar porque a sua Constituição não permite, estamos aqui para defender a soberania e os direitos do país”.

“Portugal é uma República soberana e quando a Comissão exige metas de défice ou financiamentos a bancos que não exige a mais nenhum país, foi porque achou que podia exigir isso a Portugal”, sublinhou a porta voz bloquista, que relembrou uma canção de Sérgio Godinho quando disse “o que é que Portugal tem de diferente dos outros?”

Rejeitando este assalto ao país, Catarina Martins criticou ainda o silêncio da Comissão Europeia perante a onda de xenofobia que cresce na Europa com o confisco de bens a refugiados, lembrando em especial a decisão tomada pelo governo da Dinamarca que aprovou esta semana a confiscação de bens aos refugiados que pretendem instalar-se naquele país do norte da Europa.

Catarina Martins desafiou ainda o governo a mudar a leida renda apoiada, para que o cálculo das rendas seja feito a partir do rendimento líquido e seja possível travar a onda de despejos iniciada pelo anterior governo PSD/CDS.

Catarina desafia Costa a alterar lei da renda apoiada

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