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“É necessário impedir Isabel dos Santos de vender participações e consumar o assalto ao povo angolano”

Esta sexta-feira, à margem de uma audição sobre a Estratégia Europeia para a Deficiência, que contou com dezenas de pessoas e a participação de José Gusmão, Catarina Martins, José Manuel Pureza e Jorge Falcato, a coordenadora do Bloco criticou duramente a forma como os sucessivos governos portugueses e os grandes grupos económicos contribuíram para a espoliação do povo angolano.
Catarina Martins lembrou os responsáveis governativos que alternaram entre pastas do governo e trabalhos em empresas de Isabel dos Santos, como Miral Amaral ou Miguel Relvas, e ainda “a proximidade imensa de Durão Barroso”. “António Costa também se envolveu pessoalmente na resolução da participação de Isabel dos Santos no BPI, no BCP, no BIC”, acrescentou.
Com a polémica à vista, o Bloco mantém o que tem vindo a dizer há vinte anos. “Chamaram-nos irresponsáveis e acusaram-nos de falta de sentido de Estado e agora toda a gente parece surpreendida”, afirmou, acrescentando que “aquele dinheiro é de uma cleptocracia que andou a assaltar o povo angolano com cumplicidade em Portugal, do governo e dos grandes grupos económicos”. Como recorda, os grandes grupos económicos foram parceiros de negócios de Isabel dos Santos.
No seu entender, a justiça portuguesa deve agora fazer a sua parte, já que o crime económico não está só em Angola. Aliás, se Portugal serviu para lavar dinheiro do assalto ao povo angolano, há também crime económico no nosso país, que deve ser investigado e ter consequências, afirma Catarina Martins.
Para além disso, a coordenadora do Bloco defende que Isabel dos Santos deva ser impedida de vender as suas participações em empresas, já que “vende o que não é dela”, uma vez que foram compradas com o dinheiro do povo angolano. Para além disso, ao vendê-las, pode pôr o dinheiro na Rússia, no Dubai ou num offshore, “consumando um assalto”.
Catarina Martins defende, assim, que haja um diálogo entre o governo português e o angolano sobre o futuro destas empresas.
Cumprir a convenção dos direitos das pessoas com deficiência
Catarina Martins defendeu ainda que haja uma estratégia para as pessoas com deficiência em que estas tenham uma voz ativa.
A coordenadora do Bloco quer que o Orçamento do Estado tenha verbas para fazer cumprir a lei das acessibilidades, para que as pessoas possam ter mais mobilidade. Para além disso, defende um aumento no apoio à assistência pessoal para de forma a que as pessoas com deficiência possam ter autonomia. O Bloco defende ainda que estas pessoas vejam reconhecido o direito à reforma antecipada.
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