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É momento de libertar os meios essenciais aos bombeiros

Segundo Catarina Martins, é preciso garantir, pelo menos, níveis de financiamento iguais aos do ano passado e também que o material que entretanto ficou danificado possa ser reposto.
Fotos de André Ferreira, Lusa.

Durante uma visita a uma área, em Barcelos, que foi fustigada pelos incêndios no ano passado, Catarina Martins lembrou que, naquele local, onde existe uma mancha contínua de eucalipto, arderam durante quatro dias 1700 hectares, e que o fogo, de grandes dimensões, chegou muito perto das habitações.

“Continuamos a ter o problema das manchas de eucalipto no país, de um território que não está organizado, de uma falta de política florestal, e aquilo que nos parece preocupante é que, quando chegamos aqui, a área que ardeu no ano passado já está com eucalipto a crescer de forma desordenada”, sinalizou Catarina Martins, sublinhando que “não estamos a fazer o que devíamos para prevenir situações como aquelas que aconteceram em anos anteriores”.

A dirigente do Bloco defendeu que é preciso um “investimento na organização do território, na floresta, e esse investimento tem de passar desde logo pela eliminação da mancha contínua de eucalipto”.

Catarina Martins referiu ainda que estamos “quase a chegar à fase mais complicada dos incêndios num momento em que já ardeu mais este ano do que no período homólogo", e que "às questões do ordenamento do território e do investimento na floresta que não foram atendidas acresce agora o problema do combate aos fogos e da disponibilidade dos bombeiros um pouco por todo o país”.

Para a coordenadora bloquista, é o “momento para que sejam libertados os meios essenciais a que os bombeiros em todo o país funcionem”, sem prejuízo de serem estabelecidas novas regras para o futuro.

“Se é preciso ter uma política consequente, pensada a tempo e com um período mais longo de implementação, não só do ponto de vista das carreiras dos bombeiros, como do ponto de vista do seu financiamento e, seguramente, da organização da floresta, é preciso, por outro lado, garantir já um diálogo entre o Governo e as corporações de bombeiros que assegure, pelo menos, níveis de financiamento iguais aos do ano passado e também que o material que entretanto ficou danificado possa ser reposto”.

Bloco insta governo português a exigir encerramento de Almaraz

Abordada pelo jornalistas sobre o facto de Almaraz ter entrado na agenda da Cimeira Ibérica, Catarina Martins frisou que tal só aconteceu “por força da contestação” não só de Portugal como também de Espanha, país onde o partido do Governo “está completamente isolado” no apoio à energia nuclear.

“Almaraz entrou na cimeira, mas não entrou como deveria ter estado, que era um debate sério para encerrar Almaraz, uma central nuclear que está obsoleta, muito perto da fronteira com Portugal, num afluente do rio Tejo, pelo que qualquer acidente é um risco enorme para o nosso país”, assinalou.

Para a coordenadora bloquista, é “preciso continuar a fazer uma enorme pressão” sobre o Governo espanhol e sobre as instâncias europeias, para a segurança das populações.

“É preciso que o Governo português cumpra aquilo que foi uma recomendação aprovada por unanimidade no parlamento em Portugal, que é exigir ao Governo espanhol que Almaraz encerra”, rematou.

Posição das agências de rating tem sido muitas vezes mais contra o país do que a favor

Já sobre as declarações de Pierre Moscovici, que afirmou que Portugal merece um olhar mais positivo das agências de rating, Catarina Martins afirmou que as agências de rating fazem parte da “economia de casino”, lembrando que estas “deram rating máximo aos bancos que provocaram a crise financeira mesmo antes destes estoirarem”.

“O nosso país não deve viver pendurado nas agências de rating. O que mede a sustentabilidade de um país é o crescimento da sua economia e, como nós sabemos, o crescimento da economia portuguesa tem provado que está no avesso do que as agências de rating ou a Comissão Europeia recomendam para Portugal”, destacou.

Catarina Martins reforçou que não foi a fazer o que as agências de rating exigem que a economia começou a melhorar, mas, pelo contrário, foi protegendo os rendimentos do trabalho, os salários, o emprego, as pensões.

“A posição das agências de rating tem sido muitas vezes mais contra o país do que a favor”, apontou.

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