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Dois terços dos portugueses querem controlo de preços na energia e bens essenciais

Sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF dá conta do aumento do descontentamento da população com a resposta do Governo à crise. Mais de dois terços dos inquiridos afirmam ter começado a poupar na alimentação.
Foto de Paulete Matos.

Segundo a sondagem publicada esta sexta-feira sobre o impacto do aumento do custo de vida dos portugueses, o descontentamento está a aumentar face à inação do Governo em proteger os rendimentos. 46% apontam a resposta do executivo do PS como "má" - uma subida de 17 pontos face à anterior sondagem - e apenas 14% afirmam que está a ser "boa" - uma queda de 12 pontos. E nove em cada dez inquiridos reclamam novas medidas para responder ao aumento da inflação.

Entre as medidas mais desejadas, destacam-se as do controlo de preços dos bens essenciais e da energia, apoiadas por 67% dos inquiridos, seguindo-se a baixa dos impostos (60%) e apoios sociais para famílias mais desfavorecidas (44%).

O aumento dos preços foi sentido por praticamente todo o universo de inquiridos (97%), destacando-se a ida aos supermercados e às bombas de gasolina. Por causa do aumento dos combustíveis, 60% dizem ter alterado hábitos do dia a dia, em particular na redução das viagens de passeio ao fim de semana.

Mais de dois terços (68%) referem ter alterado o padrão de consumo de alimentos, com mais atenção aos preços (40%), redução do consumo (34%) ou mesmo o corte no consumo de certos produtos alimentares (25%).

A par da subida dos preços, veio a quebra de rendimentos nos últimos 12 meses, sentida por quase metade (47%) dos inquiridos e a maioria (57%) admite ter adiado uma despesa ou compra de valor significativo por causa do atual clima de incerteza. Destes, apenas 24% acredita que poderá avançar para essa compra ou despesa - férias, eletrodomésticos, automóvel ou compra de casa - ainda em 2022.

As conclusões desta sondagem estão em linha com os números revelados esta semana pelo Eurobarómetro, que colocam os portugueses em segundo lugar entre as populações da União Europeia que dizem estar a sentir de forma mais acentuada as consequências económicas da guerra na Ucrânia.

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